Herói Nacional - Capítulo 25
quinta-feira, julho 12, 2018
CENA 01.
MANSÃO DELLACOURT. ESCRITÓRIO. INTERIOR. DIA
Na Mansão
Dellacourt, Ivonete (Marilda) disfarçada, agradece a Lígia.
IVONETE — Olha,
realmente! Eu não sei nem como agradecer! Eu estava precisando muito desse
emprego!
LÍGIA — Não tem que agradecer. A
sua qualidade profissional demonstrada nesse currículo já me confia que é uma
empregada de bastante produtividade.
IVONETE — Eu amo meu trabalho, eu
me entrego, me dedico à ele! Quando posso começar?
LÍGIA — Se estiver com tempo,
agora mesmo!
IVONETE — Agora mesmo? Eu nem acredito! É claro! Serviço não tem hora para mim não.
IVONETE — Agora mesmo? Eu nem acredito! É claro! Serviço não tem hora para mim não.
LÍGIA — O que você tem que fazer
é ajudar nos preparativos da festa.
IVONETE — Festa? Ah, eu adoro
festa! Estou no lugar certo então! Eu queria uma casa assim, animada, com uma
família legal!
LÍGIA — Perfeitamente e decidi
que você é uma das convidadas. Além de servir as pessoas, poderá desfrutar das
comidas salgadas e doces. E aí, o que você me diz?
IVONETE — Estou tão animada! Ah,
eu não sei como agradecer mesmo! Eu posso trazer minha família?
LÍGIA — Sem dúvida! Quanto mais
gente, melhor para a reputação da empresa.
As duas se abraçam.
IVONETE — Algum dia eu irei lhe
retribuir! És UMA ESTRELA QUE CAIU DO CÉU, para me ajudar, ainda bem que
encontrei o meu TESOURO PERDIDO. Você é a heroína da minha vida, eu precisava
muito desse emprego para ajudar em casa, ainda mais com a minha mãe doente,
andando de bengala e com osteoporose na perna e ainda por cima, tenho que pagar
os estudos da minha sobrinha.
CORTA PARA:
CENA 02. CASA DE
EUSÉBIO. SALA. INTERIOR. DIA
Eusébio continua a falar ao
telefone. A voz atrás pergunta: “Escravos, como assim?”.
EUSÉBIO — Sim, escravos meu
amigo! Hoje pagamos conta da escravidão, esqueceu? Você não estava precisando para
trabalharem na lavoura, pois eu consegui! Tenho um plano maravilhoso! A cidade
já está nas minhas mãos. Fui na casa de uma das maiores fofoqueiras e
anunciadoras da cidade! Com ela admirando a minha pessoa, vou ter uma boa
reputação! E aí sim, implantaremos o golpe, que não alcançará o olhar da população,
um golpe implícito... mas antes, temos que tirar um empecilho do nosso caminho.
É só um que quer dar lições de moral na gente sabe, aquela gente chata preocupada
com direitos humanos, direito de ir a escola, da reforma na educação, nas áreas
de saúde! Isso é uma tolice! Conversa para boi dormir... primeiro, eu preciso
eliminá-lo do meu caminho, depois eu consigo o escravos para você.
CORTA PARA:
CENA 03. CRP.
DIRETORIA. INTERIOR. DIA
Diretora, Horácio e Diva.
DIRETORA — Não temos nenhuma
aluna chamada Melissa nessa escola! Você não acha que ele só estava fantasiando
não? Criando novos personagens, como bem sabemos, o Tangerina, digo o balão que
ele segura na mão?
DIVA — Não, diretora! Não pode
ser! Do jeito que ele falava parecia real, sabe? Não me mostrou nenhum amigo
imaginário não!
HORÁCIO — Mas você tem certeza
que nesses últimos dias não houve uma transferência de alunos ou então uma
colega muito distante que terminou as atividades escolares?
DIRETORA — Não, doutor Horácio!
Nenhuma aluna fez transferência nos últimos dias, de todos os anos que
estivemos aqui, não transitou por essa escola esse nome.
HORÁCIO — Estou achando isso
estranho!
DIRETORA — Olha, de qualquer forma vocês não devem se preocupar, é uma características do portador de down ter um amigo invisível ou imaginário! Por mais que vocês pensem que é um ponto negativo, esse tipo de amigo é muito importante na vida dessas crianças especiais, desde as histórias “ERA UMA VEZ” e além disso, pode ajuda-las a ser menos agressivas, menos ansiosas. Se esse novo amigo surgiu, pode ser alguma crise emocional que o Bartolomeu passou em casa com vocês, desde a época em que vocês não queriam traze-lo para a escola.
DIRETORA — Olha, de qualquer forma vocês não devem se preocupar, é uma características do portador de down ter um amigo invisível ou imaginário! Por mais que vocês pensem que é um ponto negativo, esse tipo de amigo é muito importante na vida dessas crianças especiais, desde as histórias “ERA UMA VEZ” e além disso, pode ajuda-las a ser menos agressivas, menos ansiosas. Se esse novo amigo surgiu, pode ser alguma crise emocional que o Bartolomeu passou em casa com vocês, desde a época em que vocês não queriam traze-lo para a escola.
DIVA — Mas eu tenho que descobrir
diretora! Se é irreal ou real! Eu preciso saber quem é essa menina! (deduz) O
Bartolomeu costumava brincar sozinho na rua. Se bem que, ele deve ter feito
alguma amizade na rua! Só pode ser isso! Temos que ficar atentos! Qualquer dia,
essa menina vai aparecer.
CORTA PARA:
CENA 04. FRENTE DA
CASA DE BARTOLOMEU. EXTERIOR. DIA
Melissa e Guto à frente da casa
de Bartolomeu tocam a campainha.
GUTO — Quê que a gente tá fazendo
aqui, mana? Vamos perder tempo! Você precisa estar plena, diva para ser a
estrela da noite! Tem que fazer cabelo, unha, passar esmalte.
MELISSA — Calma, essa é a casa do
Bartolomeu.
GUTO — O síndrome de down?
Bartolomeu? Ah, não! Você não vai voltar para ele né? Não pode desperdiçar uma
oportunidade dessas, se eu fosse mulher, eu pegava o Lorenzo! Ele é um ótimo
partido em questão de dinheiro.
MELISSA — Não, eu não vou voltar
para ele! Eu só preciso esclarecer o que aconteceu. Ele sempre será meu amigo.
E pare com esse preconceito. Se não aparecesse o Lorenzo em minha vida, eu
casaria com o Bartolomeu sem medo!
GUTO — Não é preconceito! Só que
se você casasse com ele, seria mal vista pelas pessoas.
MELISSA — Não me importo com a
opinião de gente pobre de espírito! Elas não são válidas para minha vida! Eu
quero ser feliz ao lado de quem eu amo.
A empregada atende a campainha.
EMPREGADA — Alô.
Elas se comunicam pelo interfone.
MELISSA — Alô! O Bartolomeu está
aí?
EMPREGADA — Não, não está! Quem
é?
MELISSA — É Melissa, uma amiga
distante.
EMPREGADA — Gostaria de deixar um
recado.
MELISSA — Gostaria de deixar um
endereço para ele me procurar!
Melissa dá o endereço.
CORTA PARA:
CENA 05. CASA DE
GUTO. INTERIOR. DIA
OLÍMPIA E GIGI.
OLÍMPIA — Ah, você tem que ver
Gigi! Acredito que achei a minha alma gêmea, o vento, as rosas, a chuva trouxe
para mim! Chuva de bênçãos do pai santo! Uma Estrela que Caiu Do Céu para
iluminar a minha vida, eu achei Gigi! Eu tenho sorte no amor! E eu vou casar
com ele, ele vai comer aqui, ó, nas minhas mãos, nem que para isso ele precise
estar amarrado. Mas que eu vou casar com ele, eu vou! Eusébio é maravilhoso!
Imagina eu sendo esposa do prefeito da cidade? Melhorariam nossas condições
financeiras.
GIGI — Espero que você esteja
certa. Não quero que se decepcione mais uma vez! Quero ver você feliz e tomara
que tudo dê certo.
OLÍMPIA — Aguarde e você verá. Já
tenho tudo estipulado na minha cabeça.
CORTA PARA:
O tempo passa... Já é noite.
CENA 06. MANSÃO
DELLACOURT. SALA. INTERIOR. NOITE
Téo admira a casa arrumada para a
festa, com várias decorações, mesas, cadeiras, produtos da empresa, e caixas de
som. Ninguém chegou ainda.
LÍGIA — Calma, Téo! Não deu nem a
hora da festa!
TÉO — Só algumas pessoas
chegaram!
LÍGIA — Os representantes devem
vir mais tarde.
CORTA PARA:
CENA 07. CASA DE BARTOLOMEU. INTERIOR. DIA
Na casa de
Bartolomeu, Diva chega.
DIVA — E aí Amora? Quais são as novidades para hoje? Algum recado?
Alguma visita.
EMPREGADA — Uma novidade que te
surpreenderá, dona Lígia! Eu achei! Eu consegui o endereço dela.
DIVA — De quem criatura?
EMPREGADA — Da tal de Melissa! Ela veio aqui, bateu a
campainha, disse que precisava falar com o Bartolomeu. Eu expliquei a situação,
falei que vocês não estavam. Até que ela resolveu deixar o endereço!
DIVA — Me dá logo aí que hoje mesmo eu descubro
quem é essa criatura. (repete) Me aguarde, Melissa!
Nisso, Bartolomeu ouve e tem uma
crise de nervos e começa a ficar arrepiado gritando:
BARTOLOMEU — Melissa
não! Melissa não! Melissa não! (grita, agressivo).
Closes.
CORTA PARA:
FIM DO CAPÍTULO
FIM DO CAPÍTULO
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