Herói Nacional - Capítulo 24
quarta-feira, julho 11, 2018
uma novela de
FELIPE ROCHA
DESCRITOR 1.1.2 –
Inferir efeitos de sentido decorrentes do uso de coesão sequencial:
conjunções e articuladores textuais.
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DESCRITOR: Relacionar
o texto ao seu conteúdo de produção (histórico, político e social)
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DESCRITOR: Analisar
o racismo em várias partes do mundo elaborando encadeamentos lógicos-racionais
para apaziguar esse problema na sociedade.
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DESCRITOR: Conceituar preconceito e
discriminação reconhecendo os vários tipos deles atualmente e associando as
possíveis consequências na vida da vítima.
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DESCRITOR: Analisar
a forma de se portar quando passar por uma situação semelhante e/ou parecida
identificando as formas de manifestação dos estereótipos.
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DESCRITOR: Inferir
as informações explícitas e implícitas em um texto.
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CENA 01. CASA DE GUTO. SALA. INTERIOR. DIA
Atenção Edição: Continuação da última cena do capítulo anterior.
EUSÉBIO
— A mulher da casa ao lado! Minha memória pelo menos guarda boas lembranças de
uma recepção tão agradável!
Os
dois sorriem um para o outro.
OLÍMPIA
— Ah, sim! Claro! Entre, por favor.
Eusébio
entra.
GUTO
— Hum... Quem é esse homem?
OLÍMPIA
— Eu também não faço ideia de quem ele é, qual é o nome e qual profissão
exerce. É o novo vizinho da casa ao lado!
Eusébio
entra.
EUSÉBIO
— Permita-me que eu apresente a vocês, sou o novo prefeito da cidade!
MELISSA
— O novo prefeito? Nossa, que maneiro! Mãe, a gente tá recebendo o novo
prefeito da cidade na nossa casa!
OLÍMPIA
— Eu estou surpresa. Sente por favor, prefeito!
GUTO
— És de qual cidade?
EUSÉBIO
— Diamantina. Transição. O prefeito atual irá ocupar meu lugar. E vocês são
quem?
Eles
se apresentam.
GUTO
— Meu sonho é se tornar um corredor de kart... então, eu estava pensando. Já
que vai assumir o gabinete da prefeitura, eu tenho uma lista de melhorias que
podem ajudar no avanço dessa cidade! Como na área de saúde, educação, lazer e
inclusive arrumar as praças e ainda, sobrar uma verba, para construir uma pista
de kart, que seria atrativa para os turistas da região! A área de saúde e
educação estão muito precárias hoje, não só nessa cidade, mas principalmente no
nosso país: O Brasil. Podiam começar com pequenas melhorias na educação
pública, remunerando bem mais os professores, acabar com a greve!
EUSÉBIO
— Vejo que você tem ótimas propostas. É um cidadão consciente do futuro da sua
cidade.
GUTO
— Eu domino a história! Sempre aprendi que o povo é soberano e pode tirar o
governo a qualquer custo. O povo tem direitos e deveres e deve ser leal ao seu governo,
enquanto este, deve respeitar os seus direitos naturais: direito à vida, à
liberdade, à propriedade.
EUSÉBIO
— Pensarei na sua proposta. Além disso, uma pista de kart não seria nada mal
para enriquecer a cidade.
GUTO
— Sabe? Alguns pontos turísticos aqui estão esquecidos. Nem são visitados mais!
EUSÉBIO
— Agradeço pela ajuda. Aceita me ajudar no discurso? Será amanhã! Precisamos apresentar
as suas propostas, divulga-las para os cidadãos! Sabe? Eu não vim aqui para
ganhar muito dinheiro, eu vim aqui para fazer história, ter o nome escrito no
livro, fazer a diferença!
Guto
e Eusébio sorriem.
OLÍMPIA
— Vocês entendem mais de política que eu... Aceita um chá, um café, Futuro
prefeito? O bolo está no forno se o senhor resolver esperar.
EUSÉBIO
— Bolo de quê? Adoro bolo! Mas só que eu tô precisando emagrecer, minha barriga
está parecendo uma bola!
MELISSA
— Isso deve ser bebida. Cerveja cresce a barriga.
EUSÉBIO
— Com toda razão, álcool afeta o funcionamento do corpo.
MELISSA
— Permita-me fazer uma pergunta. O senhor é casado?
Olímpia
corrige.
OLÍMPIA
— Minha filha! Não deves perguntar isso. Não é da sua conta, a vida pessoal do
prefeito não nos interessa em nada. Sr. Prefeito Eusébio, me desculpe, tem hora
que Melissa é sem noção.
EUSÉBIO
— Sem problemas. Eu posso responder. Não, não sou casado. Estou à procura de um
novo amor. Bom, acho que já está na hora, tenho que ir.
OLÍMPIA
— Mas e o bolo no forno?
EUSÉBIO
— Acabei de crer que tenho compromissos!
GUTO
— Volte outra hora para discutirmos os mais rápido possível sobre as melhorias
dessa cidade!
EUSÉBIO
— Voltarei sim! É claro! O futuro dessa cidade é a minha prioridade! Dona
Olímpia, muito obrigado por me receber na sua casa!
Os
dois se despedem e o prefeito vai embora.
OLÍMPIA
— É gente... Acho que encontrei um novo amor!
MELISSA
— Você pode! Mas a gente não né?
OLÍMPIA
— Era exatamente isso que iria falar com vocês, acredito que essa casa precisa
de uma reforma nas regras!
GUTO
— Não são mais necessárias? Não consigo acompanhar o raciocínio!
OLÍMPIA
— Suponho que depois de o pai de vocês ter ido desta para melhor, eu assumirei
o comando da casa! Feminismo! Eu tenho direito. E a partir de hoje todos terão
liberdade! Liberdade de política, liberdade de namorar, tudo!
Os
dois comemoram.
MELISSA
— Sério?
GUTO
— Mãe, é você mesma que está aí? Inacreditável!
OLÍMPIA
— Isso mesmo! Agora me deem licença, eu preciso descansar! Pensar em como eu
vou fazer esse prefeito se apaixonar por mim, nós precisamos melhorar de vida!
Olímpia
sobe as escadas.
MELISSA
— Ô Guto, você não tá desconfiado desse prefeito não?
GUTO
— Mas é claro que eu tô! Ele me pareceu muito bonzinho. Tem olhos de lagarto,
como a vovó dizia. Certamente tem um bom plano para dar golpe naquela cidade.
MELISSA
— Eu também penso da mesma forma que você! Mas pelo seu olhar e entusiasmo seu
parece que gostou dele.
GUTO
— Eu só estava fingindo. Estratégia. Dando o bote. Eu estarei de olho! Mas a
pista de kart era verdade.
MELISSA
— E se ele estiver tentando mostrar uma boa aparência, ou até um plano ruim?
GUTO
— Pode deixar que eu cuido disso, ele vai ter que me obedecer, ou temerá o que
virá.
CORTA
PARA:
CENA 02. CASA DE TIA NÁ. QUARTO DE MARILDA. INTERIOR. DIA
O
CABELEREIRO termina de fazer o disfarce de Marilda. Ela se levanta da cadeira e
diz:
MARILDA
— Buenos dias, minhas amigas!
Tia
Ná e Isabela riem do disfarce de Marilda.
TIA
NÁ — Meu Deus do céu, tá parecendo uma perua! Marilda, para que tá feio!
ISABELA — Pela primeira vez eu vou ter que concordar
com a vovó. Você tá horrível, tia! Vai sofrer bullying.
Marilda
se olha no espelho e assusta.
MARILDA
— (grita) Genteeee! Mas é mesmo! Eu não tinha percebido. Tira essa fantasia
logo, cabelereiro de quinta.
CABELEREIRO
— Ai gente, para de botar defeito, ficou tão bonitinho, e eu não vou mudar o
penteado, nem a pau! Vai ficar do jeito que tá.
MARILDA
— Olha aqui, tá querendo caçar confusão, é? Nem que eu tenha te pagar uns reais
a mais! Tira essa feiura agora! E eu vou dizer do jeito certo que você tem que
fazer!
CABELEREIRO
— Não, não vou tirar! Quem manda é seu Luigi, e não estou interessado em
dinheiro. Se estão achando ruim, vão reclamar com ele. Agora vamos, amiga!
MARILDA
— Mas vamos para onde é?
TIA
NÁ — Olha lá para onde você vai levar minha filha, maluco! Pelo amor de Deus,
uma casa de doidos, eu vou enlouquecer! Vão ter que me internar no hospício, eu
serei a primeira mulher a declarar e presenciar que eu convivi por doidos,
aguentei e não fiquei doida! Deus abençoai a minha cabeça, os meus neurônios,
que numa hora dessas, deve estar pedindo por favor para eu não escutar essas
barbaridades.
ISABELA
— Chega, vó! Agora não é hora de drama! É sério. Tia, é melhor você ir assim
mesmo! Se não vai perder a entrevista de emprego! É hoje ou nunca!
MARILDA
— Está bem gente, está bem! (ao cabelereiro) Vamos, amore! Me leve até lá.
CABELEREIRO
— Vamos, não posso perder tempo! Não tem só você de cliente.
CORTA
PARA:
CENA 03. MANSÃO DELLACOURT. INTERIOR. DIA
Téo
dá ordens aos garçons e empregados quanto a arrumação da casa para a festa.
TÉO
— Vamos, vamos! Rápido! Ninguém parado. Eu preciso dessa casa arrumada hoje!
Tudo em ordem, na medida do possível! (grita) Lena, Lena! Vamos! Coloque as
flores lá, instalem o som... (pensa) Se tivesse mais uma empregada aqui, seria
mais ágil!
LUIGI
— Está nervoso né meu pai? Também não precisa ficar dando ordens aos
empregados, vai atrasar mais ainda e tende a desesperá-los! Sente aí e espere a
festa acontecer.
TÉO
— Quem pediu sua opinião hein? Vai, agora vá fazer alguma coisa que preste.
Em
seguida, a campainha toca. Téo abre. Ele se assusta.
TÉO
— Ah, meu Deus do Céu! Quem é você criatura? Você não é de Deus não.
Marilda,
disfarçada de Ivonete, diz:
IVONETE
— Oizinho! Você é o dono da casa? Eu vim para a entrevista de emprego.
TÉO
— Você? Deve ter errado o número.
IVONETE
— Não, não errei não amore. Aliás, tem uma placa aqui anunciando. Onde falo com
a patroa?
Lígia
desce as escadas nesse momento.
LÍGIA
— Ah, você é a menina que veio para a entrevista de emprego né? (recebe uma
confirmação de Ivonete balançando a cabeça) Pode entrar, então!
Ivonete
entra e Lígia a conduz até o escritório.
Depois
de algum tempo...
CENA 04. MANSÃO DELLACOURT. ESCRITÓRIO. INTERIOR. DIA
Na
mansão Dellacourt, Lígia declara a Ivonete.
LÍGIA — Já analisei o seu currículo e nunca vi ninguém com tamanha qualidade profissional!
Espero dedicação, esforço e paciência com os adolescentes. Competência,
pontualidade e assiduidade! Acredito que eu estou fazendo a escolha certa, mas
você tem que garantir para mim isso. Portanto, declaro contratada.
Ivonete
comemora.
CORTA
PARA:
CENA 05. CASA DE GUTO. INTERIOR. DIA
Guto sentado no sofá, lendo um livro.
MELISSA — Guto, cadê a mamãe?
GUTO — Foi ao supermercado comprar o que tá faltando.
MELISSA — E você sabe onde está o cartão de crédito dela?
GUTO — Não faço a mínima ideia... (corrige) Melissa, Melissa! Você sabe que a mamãe não gosta que use nada sem pegar.
MELISSA — Mas é para uma boa causa! Eu preciso urgentemente de alguma roupa nova, chique, para ir ao encontro hoje! Eu não posso chegar com essa cafonice no restaurante. O que ele vai pensar de mim? E ainda mais! Filho de delegado. É a minha chance. Eu também gosto dele, ele é lindo, maravilhoso e...
GUTO — Tá, tá, dá para parar de falar isso na minha frente? Já que é por uma boa causa eu mesma a acompanho.
MELISSA — Eu não sou bebê não. Me dê o cartão e eu vou sozinha, sei muito bem como pagar. Ainda aproveito para visitar um amigo meu!
GUTO — Não, eu faço questão! Vá que você arrume confusão por aí. A mamãe me pediu, caso você saísse, e eu cumpro ordens!
CORTA PARA:
Eusébio chega em casa falando sozinho e ri de Olímpia, Melissa e Guto.
EUSÉBIO — Tolos! Nem sabe o que esperam para ele! Aquele rapaz, Guto, vem me dar lição de moral. Vê lá se eu vou fazer tudo isso nessa merda de cidade! Nem sei por que fizeram a transferência para cá... e peraí...
O telefone toca e Eusébio atende.
EUSÉBIO — Alô meu amigo! Aqui quem fala é Eusébio, tô naquela cidade brega, onde todo mundo é amigo de todo mundo, um saco, já recebi uns vinte bolos num dia só. Quando há algum vizinho novo eles fazem essa comemoração. Tolice! Eu não vou ficar nessas cidade de doidos não... foi bom que você ligou! Eu tenho novidades! Nós vamos implantar o golpe! E digo mais: temos aliados! Eu já achei escravos para trabalhar na sua fazenda, meu amigo!
CENA 05. CASA DE GUTO. INTERIOR. DIA
Guto sentado no sofá, lendo um livro.
MELISSA — Guto, cadê a mamãe?
GUTO — Foi ao supermercado comprar o que tá faltando.
MELISSA — E você sabe onde está o cartão de crédito dela?
GUTO — Não faço a mínima ideia... (corrige) Melissa, Melissa! Você sabe que a mamãe não gosta que use nada sem pegar.
MELISSA — Mas é para uma boa causa! Eu preciso urgentemente de alguma roupa nova, chique, para ir ao encontro hoje! Eu não posso chegar com essa cafonice no restaurante. O que ele vai pensar de mim? E ainda mais! Filho de delegado. É a minha chance. Eu também gosto dele, ele é lindo, maravilhoso e...
GUTO — Tá, tá, dá para parar de falar isso na minha frente? Já que é por uma boa causa eu mesma a acompanho.
MELISSA — Eu não sou bebê não. Me dê o cartão e eu vou sozinha, sei muito bem como pagar. Ainda aproveito para visitar um amigo meu!
GUTO — Não, eu faço questão! Vá que você arrume confusão por aí. A mamãe me pediu, caso você saísse, e eu cumpro ordens!
CORTA PARA:
CENA 06. CRP. DIRETORIA. INTERIOR. DIA
Diva e Horácio se sentem em frente a diretora. Ela começa.
DIVA— Diretora, voltamos de viagem! Correu tudo bem! Tudo está detalhado! Mas desde que o Bartolomeu voltou a frequentar a escola, ele só insiste no nome de Melissa! Estou começando a ficar preocupada. A senhora não sabe se tem uma aluna da sala dele ou até da escola chamada assim? Eu preciso de uma resposta definitiva! Se for uma imaginação do meu filho... eu não sei... A senhora tem alguma coisa a me dizer?
A Diretora se prepara.
CORTA PARA:
CENA 07.CASA DE EUSÉBIO. INTERIOR. DIAEusébio chega em casa falando sozinho e ri de Olímpia, Melissa e Guto.
EUSÉBIO — Tolos! Nem sabe o que esperam para ele! Aquele rapaz, Guto, vem me dar lição de moral. Vê lá se eu vou fazer tudo isso nessa merda de cidade! Nem sei por que fizeram a transferência para cá... e peraí...
O telefone toca e Eusébio atende.
EUSÉBIO — Alô meu amigo! Aqui quem fala é Eusébio, tô naquela cidade brega, onde todo mundo é amigo de todo mundo, um saco, já recebi uns vinte bolos num dia só. Quando há algum vizinho novo eles fazem essa comemoração. Tolice! Eu não vou ficar nessas cidade de doidos não... foi bom que você ligou! Eu tenho novidades! Nós vamos implantar o golpe! E digo mais: temos aliados! Eu já achei escravos para trabalhar na sua fazenda, meu amigo!
FIM DO CAPÍTULO
CAMPANHA HERÓI NACIONAL!!
FORA PRECONCEITO, FORA DISCRIMINAÇÃO!
VAMOS ACABAR COM ISSO LOGO! O NOSSO PAÍS GRITA! SOMOS TODOS IGUAIS! FORA JÁ!!!
CAMPANHA HERÓI NACIONAL!!
FORA PRECONCEITO, FORA DISCRIMINAÇÃO!
VAMOS ACABAR COM ISSO LOGO! O NOSSO PAÍS GRITA! SOMOS TODOS IGUAIS! FORA JÁ!!!
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