Herói Nacional - Capítulo 18

segunda-feira, julho 02, 2018


Herói Nacional
 (roteiro de novela)


Novela de Felipe Rocha

Escrita com
Felipe Rocha

Direção Geral
Felipe Rocha


Personagens deste capítulo

GIGI
OLÍMPIA
GUTO
MARLON
TÉO
LUIGI
MANUELA
LÍGIA
GLORINHA
MATILDE
  




CENA 01. APARTAMENTO DE GIGI.SALA.INTERIOR.NOITE
Atenção Edição: Continuação da cena 07 do capítulo antecedente.
Marlon, com as malas arrumadas, faz um discurso para Gigi.
MARLON — Eu reconheci... Mas restam lembranças boas... é a única coisa que a gente pode fazer. A gente sempre queria ter um filho, né? Viver com um monte de garotinhos nessa casa! Mas só que o tempo não possibilitou. E o tempo foi precioso. (emocionado, chora) Por que... Durante todos esses anos que vivemos aqui, fomos muito felizes, certamente... nada apagará. Nada. E por um motivo bobo, a gente se desentendeu. Eu te peço desculpas Gigi, perdão por tudo que eu fiz na sua vida. Eu atrasei seu tempo, não valeu a pena para você. Eu queria ter te dado uma casa melhor, um carro, mas... não consegui. (chorando) Eu sou um fracassado! Um verdadeiro fracassado. Pobretão. Vivi debaixo desse teto, a suas custas, mas eu sinceramente tava preocupado quando recebi aquela notícia sua, que tinha sido demitida... Lembro-me perfeitamente.
Entra aqui um flashback de muito tempo atrás, quando Gigi, ainda nova, aparentando ter 45 anos, chega em casa triste, pensativa e encontra Marlon lendo um livro.
MARLON — Ei, ei... Cadê aquela carinha alegre de todo dia?
GIGI — Já se foi. Eu não sou a mesma pessoa, hoje! Eu que sou uma fracassada, não você.
MARLON — O que aconteceu? Não fica assim. Você é uma estrela, vale ouro! Fracassada não.
GIGI — Eu era uma estrela. Agora será difícil. Com os novos talentos que estão chegando aí, eu não vou ter vaga.
MARLON — (se liga) Como assim? Era? Não! Você é uma grande atriz.
GIGI — (chorando) Eu fui demitida! Eu fui demitida, agora me sinto uma fracassada mesmo. Sem lugar! Como vamos pagar as contas desse apartamento? O aluguel? Os móveis de luxo? Eu nem acabei de apagar minhas contas meu Deus! Quê que eu fiz para merecer isso? Minha FAMA acabou nesse momento. Eu vou virar uma pedinte, Marlon. As pessoas vão comentar: “Ah, não é aquela atriz que brilhou na década de 2010?” Fazendo aquela vilãzona? “Agora ela foi demitida, boa coisa ela não fez”. A mídia vai me detonar, a imprensa é manipuladora.
MARLON — Eu não posso crer numa coisa dessas! Tirar justo você? Atriz de grande peso  em qualquer novela?
GIGI — Tô me sentindo uma velha. Agora essas novinhas aí tão pegando todo o meu lugar.
      
Fim do flashback
Marlon e Gigi, choram, juntos.
MARLON — Eu chorei por você, lamento muito por ter pedido sua carreira, até hoje! Eu sou tipo aquele gato preto na sua vida sabe? Um peso nas suas costas, se tem alguma coisa te impedindo a se reerguer, sou eu! Por que eu sou o pior homem! Eu devia ter te ajudado, em vez de ter preocupado com a situação financeira... mas como não dá para voltar no tempo...
GIGI — (chora) Não, não Marlon! Eu sei que você sempre me apoiou, as memórias não apagaram. Não fala isso meu amor! Que fracassado o quê? Eu te amo! Eu sei que você sempre torceu por mim, não faça isso. Eu te perdoo por tudo meu amor, por todas as atitudes, eu sinto que... eu faria o mesmo. Você estava nervoso, de cabeça quente, agora é hora de colocar um ponto final nessa história para a gente viver feliz.
Marlon chorando, alterado:
MARLON — (alterado) Não! Não! Não tem felicidade nenhuma! Vou agora procurar alguma coisa para fazer, quem sabe sumir do mapa, viajar por aí! A vida não faz mais sentido para mim, definitivamente. Eu tô te dando a oportunidade, Gigi! Para você correr por aí, talvez até conseguir um homem melhor que eu, mais novo. Os boys de hoje! Um jogador de futebol, uma celebridade. Duvido que ninguém se apaixone por você, bonita por fora e linda por dentro. Você faz os corações derreterem. Além disso, eu sou velho para você. É perca de tempo... eu sinto muito mais... não vai ter resultado, eu já te fiz muita coisa, e me arrependo... mas eu espero realmente que, você seja muito feliz! Eu quero! E eu tô desejando isso para você. Você se transformará em uma nova mulher, vai ver! Ainda mais forte do que você é! Eu tô indo embora... e se algum dia, a gente se encontrar na rua... eu direi: “Essa foi a mulher por quem eu amei algum dia”. Gigi, você sempre será eternizada no meu coração, te levarei comigo. E eu queria lhe fazer uma homenagem, antes de ir embora.
Gigi continua a chorar muito. Os dois trocam olhares apaixonados. Marlon tira o violão e começa a tocar e cantar a MÚSICA EU SEI QUE VOU TE AMAR – TOM JOBIM.
Atenção Direção: É a nova versão da música (ainda a ser decidida).
Ricardo canta com o coração, com os olhos brilhando. Gigi emocionada, limpa as lágrimas. E os dois começam a cantar juntos. Após o final da música:
MARLON — Para sempre Gigi, por toda a minha vida, eu vou te amar! Na vida carnal e na vida espiritual... eu levarei tua alma até que a minha vida acabe! “Somos um só corpo e um só espírito”!
Momento lindo. Todos emocionados.
Atenção Sonoplastia: Talking To The Moon – Bruno Mars.
Sonoplastia, tocar a música, quando Gigi tasca um beijo em Marlon. Descem muitas lágrimas pelos olhos deles. Por fim, após todo o discurso, Gigi diz:
GIGI — Bom, se é isso mesmo que você quer, eu também desejo que você seja muito feliz! E obrigada pelas lindas palavras, pela consideração. Eu nunca esquecerei de você, Marlon!
Finalmente, Marlon trata de pegar a mala, mandar um beijo para Gigi, que retribui, e vai embora do apartamento. Ela pega o celular e faz uma ligação misteriosa:
GIGI — Foi muito romântico, apaixonante!
CORTA PARA:


CENA 02. MANSÃO DELLACOURT.ESCRITÓRIO.INT. NOITE
Na Mansão Dellacourt, Téo se espanta ao ouvir o nome de Marilda. Continuação da cena 06 do capítulo antecedente.
LUIGI — Conhece-a meu pai? Vejo que estás tão espantado.
TÉO — (desconcertado) Não... não... Não conheço e nem quero conhecer! Nunca ouvir falar. Olha, mas de qualquer forma, eu não quero que nenhum estranho entre nessa casa! Você nem conheceu essa mulher direito, precisa saber o nome, CPF, local de nascimento...
LUIGI — Quê que isso meu pai? Que bobagem é essa? CPF, data de nascimento? O senhor é muito antiquado, hein. Isso antigo. Hoje quando se trata de contratar empregada, as pessoas nem pensam duas vezes, se estão precisando, contratam! Acho que você deveria fazer o mesmo!
TÉO — Tá me chamando de antiquado? Mais respeito comigo! É claro que precisa de todos os dados, e se a pessoa morar na periferia? Tiver identidade falsificada? Ou então até CPF falsificado. Hoje as pessoas estão se disfarçando de todas as maneiras para ser contratado. E eu não vou colocar qualquer um na minha casa! É por cautela, para se prevenir! E deixe que eu mesmo arrume uma empregada. A partir de agora, terá horário estipulado para voltar em casa.
LUIGI — Como assim? Vai começar tudo de novo? Eu não sou bebê não.
TÉO — Eu não quero você perdendo seu tempo com essas pessoas. Às vezes querem roubar até minha casa.
LUIGI — (corrigindo) “Nossa casa”! Nossa casa, meu pai! Esqueceu que a casa não é só sua? Olha, então, fica por assim mesmo, é melhor deixar para o senhor resolver. Não vou conseguir te convencer. Muito Boa Noite!
Luigi vai embora do escritório alterado.
Téo pensativo.
TÉO — (ri) Se essa mulher acha que vai ser fácil entrar aqui, ela tá muito enganada! Como disse ela, a vingança já começou! Ela tá cheia de cartas na manga, mas eu detonarei todas! E se ela continuar, mandarei elimi... Não, não! Vamos ver se essa fracassada vai conseguir. Ou não me chamo Téo Dellacourt.
CORTA PARA:

CENA 03. CASA DE GUTO. SALA. INTERIOR. NOITE
Lorenzo, Melissa e Olímpia na sala. Ela bebe um copo d’água. Eles explicam o acontecido e Olímpia, finaliza:
OLÍMPIA — Você é o herói moderno da minha filha hein? Um anjo da guarda, é isso? Foi enviado dos céus! Podia chamar Gabriel, iria combinar direitinho! Sempre vive salvando a Melissa! Olha, eu não tenho nem palavras. Me diga meu filho, o que posso fazer para lhe retribuir? És uma alma muito boa para minha filha! Um verdadeiro anjo enviado por Deus!

LORENZO   Não fará nada, dona Olímpia! Só o alívio e a sua reação, digo o sorriso no rosto, já me convencem! Eu não preciso de dinheiro! O que eu faço é por que eu gosto da sua filha e não quero que ela se meta mais em confusão, por que dependendo da situação, eu não estarei mais lá para salvá-la.
OLÍMPIA    Claro, claro! Meu bom rapaz, eu concordo com você. Está corretíssimo. (a Melissa) Ouviu minha filha? Escuta o que seu anjo da guarda, tá dizendo! Não vai jogar o celular de ninguém na galeria pluvial.
LORENZO — Bom, agora eu tenho que ir! Já tá ficando tarde. É falta de educação ficar até a essa hora na casa dos outros!
OLÍMPIA — De jeito nenhum, você vai jantar conosco! Já está tudo preparado.
MELISSA — (desconcertada) Mãe... o Lorenzo é filho de delegado, deve ter os compromissos dele.
OLÍMPIA — Ah, não custa nada jantar com a gente né? Eu fiz uma lasanha, um jantar especial para apaziguar toda a tristeza dessa casa! Deixar as cores cinzas irem embora para voltarem cores alegres, inspiradoras, novos momentos. Se não tem problema para você, né Lorenzo?
LORENZO — Claro que não, já que o pedido vem da senhora eu posso ficar aqui sim.  
CORTA PARA:

CENA 04. MANSÃO DELLACOURT. SALA. INTERIOR. NOITE  
Na Mansão Dellacourt, todos se despedem de Glorinha.
GLORINHA — Ah gente, eu vou sentir saudades de vocês! Principalmente da minha irmã Matilde, embora eu não queira... Mas convenhamos que é a primeira vez que eu sinto saudades desse estrupício, né gente? A pessoa que não larga do meu pé 24h por dia, me liga todo dia lá na Europa para desejar boa noite. (a Matilde) Vem aqui minha irmã me dá um abraço.
MATILDE — Então tá bom... Eu nunca mais vou me preocupar com você, nunca mais vou sentir saudades!
GLORINHA — Olha, mas não seja por isso! Eu adoro o seu carinho por mim minha irmã... Só estava brincando. Então gente, acho que já despedi de todo mundo, vamos torcer para a estrela brilhar... Vou pegar meu aviãozinho pensando em vocês e minha cachorrinha que nessas horas deve tá sofrendo pela mamãe. Beijos de luz, amores!
Glorinha se despede de todos e vai embora.
MATILDE — Ah graças a Deus, deu um alívio! Parece que a casa ficou até com uma atmosfera melhor, um peso nas costas que eu tinha aqui...
Todos riem.
MATILDE — Estão rindo de quê? Por acaso sou palhaça, é?
LÍGIA — Matilde, Matilde! Vá deitar! Deve estar de artrite.
MATILDE — É verdade Lígia, é verdade! Você tem razão!
Luigi olha para a mãe.
LUIGI — Mãe, eu preciso conversar com você.
CORTA PARA:

CENA 05. RODOVIÁRIA. INTERIOR. NOITE
Na Rodoviária, Guto espera pelo ônibus. Impaciente. Chora. Lembra da sua família, dos momentos em que conviveram juntos. Mas está convencido de que quer ir embora.
CORTA PARA:

CENA 06. CASA DE GUTO. SALA DE JANTAR. INT. NOITE
Olímpia, Lorenzo e Melissa na mesa.
OLÍMPIA — Ô gente! Vocês não estão achando esquisito não? O Guto não desceu até agora para jantar!
MELISSA — Deve estar dormindo mãe.
OLÍMPIA — Não, não pode! É proibido! Eu vou lá ver o que tá acontecendo.
Lorenzo e Melissa trocam olhares e riem das atitudes de Olímpia.
CORTA PARA:

CENA 07. DELEGACIA DE POLÍCIA. INTERIOR. NOITE
Gilberta e Renato acabam de se beijar na delegacia, apaixonados.
GILBERTA — Não, não chega! Cansei.
RENATO — Qual o problema? Já que a gente tá fechando a delegacia, eu aluguei um quarto para a gente lá no Motel! Tá tudo reservado. Suco de laranja como você pediu. Legumes. Jantar a modéstia.
GILBERTA — Eu realmente tenho que ir embora... nesses dias eu não pude comparecer a delegacia, doente, febre, otite, dor de cabeça... Fiquei muito tempo afastada. Eu não posso ter relações com ninguém, Renato. Dá licença.
Em seguida, Gilberta termina de vestir as roupas.
RENATO — Por favor, não faz isso. Eu sou viúvo. Não estraga esse momento. Eu quero você para mim. Quero ficar com você.
Em seguida, Elomir chega na delegacia, nervoso, com o cinto na mão.
ELOMIR — Cadê esse engraçadinho de uma figa? E essa safada? Eles me pagam! Eles me pagam!

Em seguida, Elomir chega a sala.
ELOMIR — Ah, vocês estão aí. O que estão fazendo até a essa hora? Não era para ter fechado a delegacia.
CORTA PARA:

CENA 08. CASA DE GUTO. QUARTO DE GUTO. INT. NOITE
Olímpia abre a porta do quarto de Guto. A cama está coberta de travesseiros. Ela chama por ele, se aproxima da cama, tira o edredom e descobre que não há ninguém lá. Ela grita, desesperada.
Closes alternados.
CORTA PARA:

FIM


ENCERRAMENTO AO SOM DA LINDA MÚSICA

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