Herói Nacional - Capítulo 14

segunda-feira, junho 25, 2018

"HERÓI NACIONAL"



Atenção, você, se oriente a novela Herói Nacional: que tem uma idade inferior a restrição apresentada, este programa é inadequado para menores de 14 anos. Por isso, sugerimos que é melhor não olhar para evitar problemas em virtude de cenas de agressão verbal e física, racismo, preconceito, discriminação e diálogos inadequados.

E seguimos com o capítulo de HERÓI NACIONAL!

CENA 01.CARRO. FRENTE DO APTO. INT. NOITE
Gigi e Bruno estão dentro do carro dele, em frente ao apartamento.
BRUNO — Então é isso né? Trazendo você aqui eu lembro do nosso tempo juntos! Nós morávamos lá em São Paulo. Saíamos tarde do teatro... mas até que você resolveu casar com um playboy, aí. Me abandonou. Mas assim é a vida.
GIGI — Era tudo perfeito, mas se você me permite, eu não quero falar disso agora. Agradeço a carona. Boa noite. (salta do carro)
BRUNO — Espera. Não vai nem me passar meu telefone?
GIGI — (sorri) O telefone continua sendo o mesmo.
Eles sorriem um para o outro. Bruno arranca o carro.
Em seguida, o marido de Gigi também chega ao hotel.
MARLON — (bate palmas) Que espetáculo! Chegando em casa fora do horário combinado. Quem é esse homem no carro hein?
Marlon ameaça Gigi.
CORTA PARA:

CENA 02. APARTAMENTO DE GIGI. INT. NOITE
Marlon e Gigi discutem.
GIGI — Ah Marlon! Eu já disse que era só um amigo, não tô a fim de discutir. Estava tarde e ele simplesmente me deu uma carona. Qual o problema nisso?  
MARLON — Ah é? Qual o problema nisso? Está me traindo com esse homem!
GIGI — Quê que é? Agora vai ficar fantasiando, é?
MARLON — Você deve ter ficado com esse homem aí, isso explica por que você chega tarde em casa.   
GIGI — Nada a ver, isso é uma ilusão sua. Você sabe que as audições demoram para acabar. E além disso, eu estou me esforçando, para entrar mais dinheiro aqui... Vai reclamar agora, é? Eu tô com a consciência limpa, sabe? Faço trabalho honesto. Também aprendi a ver os dois lados da vida. A riqueza e a pobreza, a classe da miséria. E no caso, com a ruína da minha carreira, eu estou descendo nível. Eu sei que não ganho muito dinheiro, mas o fato de eu chegar tarde em casa é persistência, é o suor do meu trabalho. E não mereço marido fazendo esse desaforo comigo! Eu não mereço! (chora) Eu sempre fui boa para você Marlon. Achei que você, naquele dia, do nosso casamento, cumpriria a promessa de me respeitar na saúde, na doença, na alegria, na tristeza. Definitivamente, eu reconheço que... Bem que minha mãe falava, meus pais sempre me avisaram, você não é o homem certo para mim. Também na época que eu te conheci era uma das sete maravilhas, mas a gente engana... Só o primeiro olhar não diz nada... é... basta olhar, ver pelas entre linhas, analisar cada detalhe e o ponto mínimo! Eu nesses anos todos, vivi com você, e agora me aparece um peso nas costas! Para você saber, eu sempre lhe fui fiel... Em toda minha carreira, eu só olhava para aqueles boys, atores gatos, modelos, capa de revista... Lembra? Cheguei até a trabalhar na redação da Revista “Fofocas e Intrigas” com um homem na minha sala e mesmo assim, eu chegava todos os dias em casa e dizia: “Bom dia meu marido”. Foram várias oportunidades, mas eu não dei bola. Agora que alguém vem me dá carona você reclama?... Olha, tá na hora de confessar, sabe... Tá na hora! Eu já não aguento mais isso! Se você quiser se separar de mim, pode ficar a vontade, porque eu não quero ficar olhando para sua cara nas minhas bodas de prata e as bodas de ouro. Eu não quero você para a minha vida toda, Marlon! Não quero!

MARLON — Eu também acho... Definitivamente, não dá para a gente continuar. Não tem mais clima... O nosso casamento está terminado...
Marlon pega o travesseiro e a coberta. Gigi questiona.
GIGI — Onde você vai com esse travesseiro?
MARLON — Vou dormir na casa de um amigo. Essa noite não quero dormir aqui não.  
CORTA PARA:

CENA 03. CASA DE TIA NÁ. SALA. INTERIOR. NOITE
A bolsa de Marilda cai e deixa transparecer a arma. Ná questiona.
TIA NÁ — Então quer dizer que / Você trouxe a arma Marilda? Tá doida? Se a polícia ver você, tá ferrada! Mas diga minha filha, para quê você trouxe essa arma?
MARILDA — Eu trouxe a arma sim mãe! Para o próximo embate que virá! Quer saber, e foi isso mesmo que aconteceu. Quase que eu fui presa! A polícia tava fazendo blitz, pediu preu tirar todos os documentos da bolsa! Tirei, mas escondi a arma. A sorte que o Pai Santo me protegeu! Mas isso não vai acabar assim.
TIA NÁ— Ah, meu Deus do céu! É tudo culpa da Isabela, colocando minhoca na tua cabeça. Quer ser presa? Vai lá e pede! Da delegacia até aqui é um pulo e só a gente inventar qualquer coisa... não, para com isso Marilda. Vá estudar. Manda ele se ferrar... Esquece essa história, pelo amor de Deus! Isso não vai acabar bem... eu já vi nos noticiários. Lugar de criminoso é na cadeia. A mídia manipula! Você não deve fazer nada de cabeça quente... Eu exijo que você dê um sumiço nessa arma, as suas digitais podem ser coletadas, e a partir daí, que sua vida se transforma num...
MARILDA — (corta) Não! Eu não vou desistir tão fácil assim. Posso até me livrar dessa arma, jogar no rio, seja o que for, mas eu vou ter o meu filho de volta.
CORTA PARA:

CENA 04. SÃO PAULO. GERAIS. EXT. NOITE/DIA
Amanhecer na cidade de São Paulo. Praia cheia, alguns estudantes matando aula, paisagens singelas, celebridades, fotografias, mídia (?) e o que mais a direção imaginar...
CORTA PARA:  

CENA 05. CRP. DIRETORIA. INT. DIA
Na diretoria do CRP, a diretora conversa com Diva e Horácio.
DIRETORA — Bom, eu chamei vocês aqui para conversarmos sobre o rendimento escolar do Bartolomeu! Está começando a ficar sério, ele não comparece mais as aulas. Ele sempre foi aquele aluno atencioso, gostava de pinturas, desenhava paisagens. Os professores o elogiavam pelo corredor, os colegas são apaixonados por ele. Mas a gente discutiu no conselho de classe, e queríamos comunicar diretamente a família se há algum problema, ou empecilho que impeça ele de cumprir as tarefas escolares. Por favor, uma explicação concreta.
Diva e Horácio suspiram.
DIVA — Deixe que eu explico para a senhora diretora. O Bartolomeu não virá mais a aula. Ele está em casa nesse momento e achamos melhor que ele evitasse o contato com qualquer colega de escola que possa persuadi-lo, e fazer uma nova brincadeira... até que essa situação se resolva... o nosso filho será ausente das atividades escolares.
A Diretora reage, não acreditando nas palavras de Diva, boquiaberta.
DIRETORA — O quê?
CORTA PARA:

CENA 06. HOSPITAL. UTI. INT. DIA
Olímpia, Melissa e Guto chegam na UTI. Tudo está escuro, vários pacientes doentes, 25 leitos. No leito 18, está Ricardo entubado, sem blusa de frio, com diversos aparelhos, principalmente no coração. Ricardo respira pelo oxigênio, inconsciente, como se já estivesse batendo as botas. Os três se aproximam dele, derramando lágrimas de choro e começam a fazer cafuné. Ricardo não comunica com ninguém. Todos choram.
MELISSA — Que saudades meu pai.
GUTO — Volta para nós, volta para a vida!
OLÍMPIA — Volta... Ricardo volta! Eu não consigo enxergar mais cor na vida. Há um buraco, uma luz no túnel que impede a passagem.
GUTO — A vida não faz sentido sem você meu pai, nossa família precisa estar unida!
 CORTA PARA:

CENA 07. HOSPITAL. QUARTO. INTERIOR. DIA
As enfermeiras limpam o quarto. O médico dá alta para Luigi, que recebe a ajuda de Glorinha, Matilde e Lígia para se levantar da cama.
MÉDICO— Pronto, campeão, agora poderá ir para a casa! E não quero ver mais faltar de aula. Vai ficar bom igual coco! O soro já está tomado e passarei alguns medicamentos. É necessário o tratamento. Ele teve um quadro muito grave. Bronquite. Quase uma pneumonia. E aqui está o atestado médico, informando a justificativa por se ausentar das tarefas escolares.
O médico entrega o receituário e o atestado a Lígia. Luigi sorri para ele, e ele retribui.
LUIGI — Obrigado.
LÍGIA — Obrigada por cuidar tão bem do meu filho, doutor!
MÉDICO — Imagina. Em caso de urgência, é só me procurar. Anote o meu número. Faço atendimento na residência, também.
O médico entrega para Lígia um cartão com o número dele.
CORTA PARA:

CENA 08. CRP. DIRETORIA. INT. DIA
Diretora, Horácio e Diva. Ela reage.
DIRETORA— Mas como assim? Vocês não podem fazer isso! Só tende a piorar a vida do Bartolomeu. Evitar ele do contato social não vai adiantar nada a situação de vocês. Eu sei, tem pessoas que censuram. E eu digo que isso não é raro, mas sim muito fácil de acontecer. Mas por causa disso? Nós temos que ser a cada dia mais fortes! O que vocês estão fazendo com ele está errado, é uma espécie de cárcere privado. O Bartolomeu precisa viver, aprender a conviver com os amiguinhos, entender o mundo atual. Não vale a pena criar só no mundinho de vocês não. Assim, as pessoas irão reconhecer, passarão a aceitar ele melhor, mas se ele começar a mudar de postura.
CORTA PARA:

CENA 08. HOSPITAL. UTI. INT. DIA
Olímpia, Guto e Melissa dão um beijo em Ricardo... Os três choram. Guto olha para as máquinas, traumatizado. Melissa também. Olímpia faz cafuné no marido... Depois de algum tempo, a máquina começa a disparar. Os três se assustam. Guto se desespera e corre para chamar a enfermeira e os médicos!
GUTO — Enfermeira, enfermeira, enfermeira, enfermeira. (grita, desesperado) Enfermeiraaaaaaaaaaa!
As enfermeiras e o médico chegam ao quarto e tentam reanimar o paciente. O resultado não é bem sucedido Todos desesperados. O médico e a enfermeira, desta vez, usam o desfibrilador para reanimar, pressionam o seu peito, mas o resultado não é bem sucedido. Eles repetem o procedimento, por fim O MÉDICO ENTENDE PELO ELETROCARDIOGRAMA que o coração não recebeu sangue suficiente, e ele deixa uma condição anormal 0%. Ele olha para Olímpia e seus filhos, deixando um olhar de tristeza. Eles choram. O profissional comunica:
MÉDICO 2 — Sinto muito! Mas não será possível fazer mais nada!
Todos choram.
CORTA PARA:


FIM DO CAPÍTULO



 

  "Herói Nacional é uma obra coletiva de ficção escrita por Felipe Rocha baseando-se na livre criação artística e sem compromisso com a realidade"!


DESCRITORES:

1. Analisar as consequências de um possível afastamento do convívio social.
2. Observar de forma profunda em pequenas situações.


E você? Gostou desse capítulo tenso de Herói Nacional? Pois bem, se tem críticas construtivas para fazer, por favor, envie pelo twitter @feliperaautor a sua crítica e dê sugestões que você considera essenciais a trama!

  



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