HERÓI NACIONAL - CAPÍTULO 48 - O ÚLTIMO CAPÍTULO
sábado, agosto 11, 2018
uma novela de
FELIPE ROCHA
CENA 01.
CASA DE PRAIA/PRAIA DO FORTE. INTERIOR. NOITE
Continuação
da última cena do capítulo anterior. A bomba que Téo e o motorista Tufão
acabara de explodir e causar um estrago na casa de praia, que acaba de pegar
fogo. O incende se espalha e destrói a casa toda. Não se visualizam os três em
meio aos entulhos. Cortes descontínuos no exterior, na praia, Téo
comemorando o plano e dando gargalhadas malignas.
TÉO — Então
eles abriram mesmo o presente...
TUFÃO —
Evidente que sim!
TÉO — São
uns idiotas... Então significa que o nosso plano foi um sucesso!
Os dois
comemoram.
TUFÃO — E o
meu salário senhor?
TÉO — Seu
salário? Não tem não!
TUFÃO —
Você havia me prometido... em troca, eu ficaria encarregado pelas bombas.
Foca em
Téo, tirando algo do bolso aos poucos.
TÉO — Ah, é
mesmo. Eu esqueci completamente...
Téo termina
de tirar uma arma do bolso e aponta.
TÉO — Eu
tinha esquecido dessa parte do plano!
Téo atira
em Tufão, que cai duro no chão, olha para Téo e morre.
TÉO — É
outro tolo, muito fácil de enganar. Desde quando eu iria gastar meu dinheiro?
Então quer dizer que Marilda e seus filhos estão destruídos... Esse momento é
meu! Tomara que eles não consigam se reconstituir.
Téo
comemora ainda mais e abre uma champanhe.
TÉO — Um
brinde ao meu estrelismo! Ao protagonismo de Téo Dellacourt! Um brinde a morte
desses miseráveis.
Téo sorri
maleficamente para a câmera, mas nota que Lígia não está lá.
TÉO — Mas
cadê a Lígia que não está aqui para comemorar esse momento?
Téo chama
por Lígia.
TÉO —
(gritando) Lígia! Lígia! Lígia! Apareça! Foi um sucesso, amor. Lígia?
Téo se
aproxima da casa de praia, procura pelos entulhos, vê que está tudo destruído.
Isabela explícita. Os demais não. Téo vai retirando os entulhos, até que
percebe algo que chama a atenção, e se assusta ao ver o corpo de Lígia
sangrando.
TÉO —
Lígia? O que você tá fazendo aqui?
Cortes
descontínuos: Téo levando
Lígia para a beirada do mar e tentando apaziguar o sangue com água salgada.
TÉO —
(desesperado, grita) Acorda Lígia, acordaaaaaa! Meu amor! Acordaaaaaaa!
Téo se
desespera. Nesse momento, se aproxima com as pálpebras da mão no nariz de Lígia
e vê que ela não está mais respirando. Ele constata que ela havia falecido
naquele momento em meio a o incêndio e grita, chorando, desesperado.
TÉO —
LÍGIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
Cortes
descontínuos: Téo vai ao
matagal. Abre um buraco fundo. Enrola o corpo de Lígia num pano que trouxe no
carro. Coloca as luvas na mão e pega um carrinho de mão. Téo fura ainda mais o
buraco com a pá de um bom tamanho. Por fim, Téo retira o corpo de Lígia do
carrinho de mão e enterra. Depois coloca uma cruz e chora em meio a tudo isso e
recita as palavras:
TÉO — Eu
sempre vou estar com você meu amor, aqui e em qualquer outro lugar! Que pena
que você não esteve aqui para ver! Mas de qualquer forma, o nosso plano deu
certo! A gente conseguiu o que queria. Espero que seja muito feliz. Descanse em
paz.
Cortes
descontínuos: Téo volta à
praia, olha para os entulhos, e comemora o feito. Ele dá gargalhadas malignas
ao ver Luigi, Isabela e Marilda escorrendo sangue. Tira a camisa, entra no mar,
e pega uma onda. Louco. Dá várias risadas. Ao final, ele olha para a câmera e
diz:
TÉO —
(off)Não acaba por aqui.
CORTA PARA:
CENA 02.
CARRO OLAVO. INTERIOR. NOITE
Olavo segue
dirigindo ao volante com bastante atenção. Olímpia questiona.
OLÍMPIA —
Nossa, está demorando! Eu pensei que lá da sua casa até o autódromo fosse um
pulo.
OLAVO — Por
isso eu pedi paciência.
OLÍMPIA — E
hoje o trânsito está congestionado, e não está ajudando. Tá parecendo o clima
caótico de São Paulo.
OLAVO —
Aqui em qualquer outro lugar, minha irmã... já me acostumei. Mas como você
está? Preparada para encontrar o seu filho?
OLÍMPIA —
Eu nem sei o que dizer... é uma felicidade muito grande! Pensar que depois de
meses longe dele. Eu finalmente encontrarei o meu filho. Mas uma pergunta
Olavo, a polícia americana já comunicou?
O telefone
de Olavo toca.
OLAVO —
Inclusive são eles ligando.
Olavo
atende.
Ligação:
American Police — Where are you? (Onde
vocês estão?).
OLAVO — We are coming soon. (Já estamos chegando).
American Police — I only hope that this
time there is no mistake, the other time we did not find the phoney. (Só espero que dessa vez não tenha erro, da
outra vez não encontramos o farsante).
OLAVO
— Stay calm! (Fiquem tranquilos!).
Olavo
desliga o telefone.
Olímpia
sorri.
CORTA
PARA:
CENA
03. AUTÓDROMO. VESTIÁRIO MASCULINO. INT. NOITE
Guto
e Jarwis continuam a transar no vestiário masculino, encostando um no outro. Os
dois se beijam. Em seguida, alguém bate na porta do lado de fora.
PILOTO
2 — Tem alguém aí? Abra a porta ou caso contrário terei que arrombar.
Eles
batem na porta e Guto e Jarwis se desesperam, e colocam a camisa.
Do
lado de fora, o piloto 2 se frustra.
PILOTO
2 — Contagem regressiva para arrombar... 1, 2...
Jarwis
destranca a porta.
PILOTO
2 — Finalmente! O que estavam fazendo?
GUTO
— Nada não.
JARWIS
— Só estávamos vestindo a camisa, como num dia comum de corrida.
PILOTO
3 — Dia comum de corrida? Cara, hoje é a corrida classificatória para a Fórmula
1. Vocês tem ideia de quanto isso significa? Nós já fomos! E estamos
supervisionando todo o trabalho. E você Jarwis? Não me lembro de terem te
convidado não. É supervisor também? Penetra?
JARWIS
— Eu não preciso ser convidado… meu pai já é o dono desse local!
PILOTO 2 —
(ao piloto 3) Idiota!
PILOTO 3 —
E aí como está o coração, Guto? Está ansioso? Sua corrida classificatória!
GUTO —
Estou tranquilo… Se eu ganhar será bom. Se eu perder, na próxima eu tento!
PILOTO 2 —
Você tá tão tranquilo assim né? Tá se sentindo o dono do pedaço!
PILOTO 3 —
Também concordo.
PILOTO 2 —
Pois é né Guto? Tá se achando uma celebridade, o melhor de todos, que é
imprevisível. Pode surpreender todos a qualquer hora. Você pensa que é tão
fácil assim? Olha quem fala o menino humilde! Veio de uma cidade bem
movimentada, lutou tanto para realizar seu sonho, pobre... Isso é só uma forma
de manipulação! Ninguém sabe o ostentador que você, é Guto.
JARWIS —
Parem de incomodá-lo. Aliás, ele foi educado com vocês. Só respondeu uma
pergunta e muito humilde. Hoje não é dia de brigas.
PILOTO 2 —
Ô Jarwis, antes desse guri chegar nós éramos seus amigos. Mas agora tá ficando
difícil. Acho que vamos cortar a amizade. Ó, sabe o que eu quero falar? Eu
nunca gostei desse seu jeito calmo de resolver as coisas, de não ser
precipitado.
JARWIS —
Mas para quê eu me precipitar? Para eu ser tombado no último momento? Claro que
não! Eu estou agindo de forma correta.
PILOTO 2 —
Você sabe o que eu tô pensando? Que você está gostando desse menino! Não digo
em forma de amizade, mas em outros termos! Você tá tendo um caso com ele!
JARWIS —
Eu? Tendo um caso com ele? Ah você tá maluco né!
PILOTO 2 —
Claro que não. Os dois são os maiores pombinhos do pedaço. Apaixonados. Sempre
que eu venho aqui no vestiário, eu vejo os dois juntos. Como hoje, que estavam
trancados. Olha, que eu saiba... a chave não fica explícita na fechadura da
porta! Você deve ter ido ao painel de chaves! Também né, é VIP, o papaizinho é
o dono do autódromo...
JARWIS —
Isso não diz respeito a você...
PILOTO 2 —
É claro que diz respeito a mim sim, olha eu tô te avisando viu Jarwis! Qualquer
dia você vai ser tombado, vai quebrar a cabeça.
JARWIS — Só
se for depois de você.
PILOTO 2 —
Olha, Jarwis. Até que eu tô aprovando a ideia de você estarem juntos! Gente, mas
eu não sei se eu tô ficando louco ou qualquer coisa. Isso é doença, só pode ser
meu! Nunca que eu aprovaria um casal de gays como vocês!
Guto,
agressivo, se irrita e dá um soco forte no rosto do Piloto 2 que avermelha.
PILOTO 2 —
Seu maldito, seu energúmeno!
O piloto 2
revida o soco em Guto. O piloto 3 tenta impedir a briga. Os três se entreolham,
com ódio. Jarwis e o piloto 3 tentando apartar a briga.
JARWIS —
Vamos parar com isso! Já deu de criancice.
PILOTO 3 —
Acho melhor também...
Guto e o
Piloto 2 distribuem tapas na cara por vários segundo. Jarwis entra no meio,
olha para o piloto 2 e diz:
JARWIS —
Agora chega! Você não vai bater mais nele!
PILOTO 2 —
Quero só ver! Vem, vem senhor corajoso! Defensor do seu amor! Vem pro papai, eu
tô esperando!
Jarwis dá
um tapão no piloto 2, que vai parar do outro lado do vestiário. Inacreditável.
O piloto 2 com raiva parte para cima de Jarwis com o pé, mas ele impede e leva
outro tapão na cara.
PILOTO 2 —
Seu, seu.../
Jarwis se
aproxima do piloto 2... Leva ele até o chão e o imobiliza. E distribui tapas e
socos, um atrás do outro nele.
JARWIS —
Pelo seu preconceito contra casais gays e por vários momentos onde eu não tive
coragem de levantar a mão para você!
O piloto 2
está imobilizado. Jarwis para de bater exausto. CAM mostra o piloto 2 inerte no
chão, todo descabelado, dos pés a cabeça, as costas arranhadas, a roupa
rasgada, sangue no nariz e repleto de hematomas na cara.
Jarwis
muito cansado, suspirando a todo momento. Guto perplexo, colocando a mão na
boca, não acredita no que acabara de acontecer.
CORTA PARA:
CENA 04.
HOSPITAL. BLOCO CIRÚRGICO. INTERIOR. NOITE
Os médicos
invadem o bloco cirúrgico empurrando as camas cada uma em sua vez, onde estão
Marilda, Isabela, Lígia e Luigi, inconscientes, repletos de aparelhos ao seu
redor. Um dos médicos constata a morte de Lígia e avisa aos demais enfermeiros,
em off:
MÉDICO 1 —
(off) A paciente faleceu agora. Comuniquem a família. A causa foi o corpo e os
órgãos queimados. Morte cerebral antecedendo. Pode entrar em cartório.../
CORTA PARA:
CENA 05.
AUTÓDROMO. VESTIÁRIO MASCULINO. INT. NOITE
Os pilotos
2 e 3 no banheiro. O piloto 2 foi mobilizado por Jarwis e o nariz sangra, com
vários hematomas na cara. O piloto 3 tenta ajuda-lo, que o levanta aos poucos.
PILOTO 3 —
Deixa eu te ajudar, não mexa! Se você mexer, eu não vou conseguir tirar esses
hematomas!
O piloto 2
tira a mão do piloto 3.
PILOTO 2 —
Não, não. Solta a mão daí. Todos precisam reconhecer quem é Jarwis de verdade.
PILOTO 3 —
Mas você vai aparecer com a cara assim? Não, não. Não vale a pena causar
confusão.
O piloto 2
pensa e tem uma ideia após refletir.
PILOTO 2 —
É... você tem razão! Não vale a pena causar confusão! Ainda mais hoje, na
corrida classificatória. Eu atrapalharia tudo. A corrida não pode atrasar! Mas
tem a última cartada que a gente pode dar!
PILOTO 3 —
Cartada? Que cartada?
PILOTO 2 —
A cartada final. Aquele Jarwis pensa que tudo isso acabou por aqui. Mas não! Eu
não vou deixar barato o que ele fez comigo.
PILOTO 3 —
E o que nós vamos fazer?
PILOTO 2 —
Nós vamos sabotar a corrida! Vem!
PILOTO 3 —
Mas como? Jajá a plateia chega. E se alguém nos ver?
PILOTO 2 —
Se a gente for ágil, a gente passa despercebido, implícito!
CORTA PARA:
CENA 06.
AUTÓDROMO. CORREDOR. INTEIROR. NOITE
Eusébio
belisca Guto e o segura com bastante força.
GUTO — Quê
isso Eusébio? Eu não sou bicho não para você me segurar desse jeito! O quê que
tá acontecendo?
EUSÉBIO —
Isso aqui é para você aprender a ter responsabilidade! Hoje é a corrida
classificatória!
GUTO — Como
se eu não soubesse...
EUSÉBIO — E
agora é hora do seu treino.
GUTO — Eu
já treinei de manhã! Não preciso. Daqui a uma hora (1) vai começar, fica
tranquilo, Eusébio!
EUSÉBIO —
Olha aqui garoto, se você me decepcionar nessa corrida, se você não passar você
já sabe o que vai acontecer né? Eu acabo com você e sua família num estalo
dedos!
Foca em
Guto, trêmulo.
GUTO —
Tá... tá... agora pode soltar? Tá machucando!
Eusébio
solta Guto empurrando ele.
CORTA PARA:
CENA 07.
CASA DE BARTOLOMEU. SALA. INTERIOR. NOITE
Diva e Horácio
fazem as malas. Close nas expressões faciais deles. Eles abraçam e beijam
Bartolomeu. A casa está vazia, com só sofá e televisão. Diva observa antigas
fotos de família. Horácio se aproxima dela e questiona.
HORÁCIO —
Por um momento você ficou triste! O que foi?
DIVA —
Nada... Só estava observando essas fotos! De quando o Bartolomeu era bebê.
Saudades dessa época! Nossa vida era maravilhosa, completamente perfeita!
HORÁCIO — E
agora estamos caminhando para mais uma vida maravilhosa... O que você acha? É
uma excelente oportunidade.
DIVA — Ah,
sabe Horácio. Tenho que confessar uma coisa. Com essa casa toda vazia, sem os
móveis, eu fico triste. Sinto um aperto no coração, uma angústia, desde que
começamos a fazer a mudança. Isso não sai do meu corpo... (T) Pensar que a
gente já correu feito doido por aí procurando o Bartolomeu, já vivemos tantas
aventuras, tantas convivências! Vão apagar todas as minhas perfeitas
lembranças!
HORÁCIO —
Nunca! As lembranças irão apagar só se você quiser esquecer delas.
DIVA — Mas
como Horácio? É como aquele ditado diz. Todo velho é apegado no lugar onde
nasce. E agora eu tô entendendo completamente o significado dele. É por isso
que quando alguém tem uma pessoa velha na família, quando vão mudar, o idoso
não vai...
HORÁCIO —
Não fique assim meu amor... Nós vamos mudar de casa sim! Ao mesmo tempo eu
lamento. Mas as lembranças vão ficar guardadas aqui na sua cabeça, é como se a
gente lembrasse dessa casa, a nossa antiga casinha. E tenho certeza que a
imagem dela virá perfeitamente na sua cabeça.
Horácio
beija Diva.
HORÁCIO —
Eu já te falei que te amo tanto?
DIVA —
Hum... Deixa eu contar... Acho que não!
HORÁCIO —
Então agora eu posso falar para o mundo que eu tô com muito feliz com a melhor
mulher do mundo!
Horácio e
Diva se beijam.
HORÁCIO —
Preparada para amanhã Diva?
DIVA —
Amanhã? O que acontecerá amanhã?
HORÁCIO — A
nossa despedida. A apresentação do seu filho na Casa de Artes Gigi.
Diva
desesperada.
DIVA —
Nossa, é mesmo Horácio? Você já ligou para Gigi para confirmar tudo? Os
detalhes, o texto, a decoração do palco, as atuações? O Bartolomeu já conseguiu
decorar o texto? Já encomendou doce, salgado? O espaço é grande? Quantas
pessoas vão ir... Meu Deus são tantas coisas para arrumar! Esse espetáculo tem
que sair perfeitíssimo.
HORÁCIO —
Essa é a Diva que eu conheço e conheci a anos atrás. Calma meu amor. Você sabe
que se precipitar muito faz mal a sua saúde. Eu garanto que tudo estará
perfeito, no seu devido lugar e na medida do possível. Já falei com a Gigi e
uma boa quantidade de pessoas vão comparecer ao espetáculo!
CORTA PARA:
CENA 08.
AUTÓDROMO. CORREDOR. INTERIOR. NOITE
Guto nota
de que havia se esquecido de pegar suas luvas e volta ao vestiário masculino.
CORTA PARA:
CENA 09.
AUTÓDROMO. PISTA. INTERIOR. NOITE
Na pista,
os pilotos 2 e 3 veem que não há ninguém no local e na parte final da pista,
preparam uma armadilha para Guto, cortando os freios do carro dele, desviando a
rota da pista e molhando o local com álcool. Não há ninguém na arquibancada e
nem ninguém vê o que eles estão fazendo, que dão gargalhadas malignas.
CORTA PARA:
CENA 10.
AUTÓDROMO. VESTIÁRIO MASCULINO. INT. NOITE
Guto volta
ao autódromo, pega suas luvas, e fecha o armário. Violeta surge misteriosamente
atrás dele e chama Guto fazendo gestos com a mão. Em seguida, a parede se abre
e Violeta puxa Guto para uma sala dentro dele. Ele se fascina ao ver a sala.
GUTO —
Nossa, que tamanho de sala! Mas que sala é essa, eu nunca vi!
Violeta
ameaça Guto com uma faca.
GUTO —
Porque você sempre está me ameaçando com uma faca?
VIOLETA — É
só uma estratégia minha para atrair você.
GUTO — Hã?
VIOLETA —
Esquece, esquece...
GUTO — Para
quê você me chamou aqui? Só para eu ver o lugar que você está se escondendo?
VIOLETA —
Não. É para te dar boa sorte e falar que você tem minha aprovação.
GUTO —
Aprovação? Que aprovação? Não me passaram nada para assinar não.
VIOLETA —
Ah, seu idiota... Você tem minha aprovação para ficar com o Jarwis! Eu vi que
ele te defendeu. Ele gosta muito de você. Eu aprovo o casamento de vocês. Você
foi à única pessoa que me viu aqui. Foi escolhido. Disseram-me que você era
especial. Mas só conhecendo mesmo. E se você contar para alguém que me viu, eu
voltarei.
GUTO — Está
indo embora?
VIOLETA —
Para sempre. Hoje termina a lenda do “corredor-fantasma”.
Violeta
desaparece misteriosamente em pó. A faca dela cai perto de Guto, que se
assusta, e vê pela janela um morcego sobrevoando o céu. Ele entende o recado e
a parede gira, que o transfere de volta para o Vestiário Masculino. Guto diz
para si mesmo
GUTO —
Agora é hora Guto, hora de você mostrar quem vai ganhar a corrida de hoje! O
melhor piloto desse Brasil sou eu!
CORTA PARA:
CENA 11.
AUTÓDROMO. PISTA. INTERIOR. NOITE
Sonoplastia:
Gritos da plateia, os paparazzi, repórteres de diversos locais, jornalistas. A
maior torcida se destina a Guto. Arquibancada cheia. Toca várias músicas. Todos
se animam. Algumas fãs fazem pôsteres para Guto, dizendo: “Guto, gostoso, eu te
amo”. “Guto, número 1” “Fica comigo, eu
tô loka por você”. Os narradores César e Cássio começam a narrar a partida.
CÉSAR — Boa
noite caro público! Daqui a alguns minutos vai começar a corrida mais
idolatrada, mais esperada do momento! A corrida classificatória para a Fórmula
1! E as chances dos nossos novatos conseguirem pegar o lugar dos veteranos que
ficaram feridos na última corrida. E por falar neles, honoráveis lembranças e
desejos ótimas recuperações no hospital!
CÁSSIO —
Pois é César, é sempre bom lembrar-se deles! Não podemos esquecer! Afinal são
esses veteranos que ajudaram a construir o autódromo que é hoje!
CÉSAR —
Como sempre arrasando nas palavras, não é mesmo Cássio? Pois bem gente, agora é
hora de comemorar, de alegria! Eu estou muito emocionado. A última corrida.
CÁSSIO — A
última corrida de muitas que virão.
CÉSAR — Com
certeza Cássio! Com certeza! E nós temos uma pulga atrás da orelha, não é meu
amigo? Fala aí!
CÁSSIO —
(lendo os comentários no Twitter) Olha, enviaram na nossa rede social! Os
comentários mais aprovados são: “Será que Guto vai despertar a fúria do
corredor amarelo?” “Quem será o piloto amarelo que tanto falam?”. E muitos
outros César... mas agora queremos dar destaque aos cartazes nas arquibancadas!
CÉSAR —
Nossa, eu vi Cássio! E tô chocado com alguns escritos. A imagem está passando
aí na sua telinha, caro público. A corrente de fãs está forte para Guto. Isso é
histórico, né Cássio?
CÁSSIO —
Perfeitamente César. Nunca na história do Autódromo ocorreu uma adoração
dessas.
CÉSAR —
Então como a gente não pode revelar para quem tá torcendo, eu só espero que
vença o melhor né Cássio? E daqui há 15 minutos! É a corrida.
Cortes
descontínuos: Olímpia e
Olavo procuram lugar na arquibancada. Olímpia esbarra em uma mulher e deixa a
pipoca cair, mas encontra um lugar.
OLÍMPIA —
Cadê o Guto? Cadê o meu filho Olavo?
OLAVO — Não
sei... Não sei... Vamos prestar atenção!
A polícia
comunica com Olímpia.
OLÍMPIA —
Ninguém que fale Português?
POLICIAL 1 —
Eu! Eu!
OLÍMPIA —
Perfeitamente. Olha diga aos outros policiais que aqui está à foto do farsante.
Ele deve estar aí.
POLICIAL 1 —
Sim, senhora.
Olímpia
entrega a foto para o policial 1.
OLAVO — (a
Olímpia) Quando eu falei com eles no telefone, ninguém falava Português não. O
que será que aconteceu? Inventaram de última hora?
OLÍMPIA —
Não sei...
Cortes
descontínuos para Guto
entrando no autódromo, todos comemoram. Chove papéis picados. A música continua
a tocar. Os demais pilotos já estão posicionados no seu carro. Um dos homens
discute na pista sobre o carro de Guto.
AUXILIAR 1 —
(off) Esse carro tá estranho! Vamos selecionar outro para ele.
AUXILIAR 2 —
(off) Agora? Já está quase em cima da hora!
AUXILIAR 1 —
(off) Eu não sei, mas mesmo assim vamos trocar!
Os
auxiliares trocam o carro de Guto. Guto recepciona a plateia. Dá autógrafos,
manda beijos. As luzes dos celulares acesas. Todos gritam torcendo por Guto. Há
uma torcida organizada com pompons: “Guto, Guto, Guto, Guto”. Todos
comemorando! Na arquibancada, Olímpia se emociona ao ver o filho.
OLÍMPIA —
Guto! É o Guto! É o Guto! É o meu filho, Olavo! (grita) Ô Guto, Ô Guto, olha eu
aqui a sua mãe!
OLAVO —
Olímpia fica quieta aí, ele não vai escutar não! Lembre-se nosso combinado.
Olímpia se
desanima.
Cortes
descontínuos Guto é o último piloto a se posicionar, entra
no carro, coloca os cintos. Os pilotos 2 e 3 observam na arquibancada. Jarwis
torcendo para Guto.
CÉSAR —
Começando em 1,2, 3...
A corrida
começa no Autódromo. Todos torcem para Guto. Cortes descontínuos Eusébio
subindo a arquibancada, a polícia o visualiza e ele vê a polícia e desce as
arquibancadas.
POLICIAL 1 —
Parado aí, parado aí! (fala ao cel) Chamar as outras centrais! Já! Farsante na
área.
Os
policiais acompanham Eusébio, que segue para o corredor do Autódromo.
Cortes
descontínuos Na pista,
todos em alta velocidade. Guto está em último lugar. Guto dirige cuidadosamente,
ultrapassando os carros. O piloto amarelo não está lá. Todos torcendo por Guto.
Guto fecha os olhos, reza.
CORTA PARA:
CENA 12.
AUTÓDROMO. CORREDOR. INTERIOR. NOITE
Cortes
descontínuos Close da
perseguição de Eusébio e a polícia. Eusébio corre no corredor. Os policiais o
seguem. Ele enche alguns baldes de água e jogam. Muitos policiais a perseguir o
homem. Alguns escorregam, outros não perdem o fôlego. Eusébio joga alguns
entulhos perto do caminho deles. Alguns policiais conseguem se desviar.
EUSÉBIO —
Droga! Droga! Tem que ter alguma coisa.
O policial
1 se comunicando com os demais.
POLICIAL 1 —
Chamar a outra central. Rápido, rápido!
O corredor
é longo. Por fim, Eusébio entra no vestiário e tranca a porta. O policial 1
bate na porta.
POLICIAL 1 —
Abre essa porta, abre essa porta! Ou eu vou arrombar!
CORTA PARA:
CENA 13.
AUTÓDROMO. PISTA. INTERIOR. NOITE
Cortes
descontínuos para Guto
ultrapassando os carros. Por fim, está em quinto lugar. Os narradores
comentando.
CÉSAR — E
não é que a corrente tá dando certo? Guto está dando um show! O que você acha
Cássio?
CÁSSIO — Eu
acho que ele tá bem atencioso e cauteloso. E isso é muito importante.
Cortes
descontínuos todos torcendo na arquibancada. Chega a hora da última volta. Guto
agora está em primeira posição, contorna a pista, faz as 40 curvas, e por fim, chega
na parte da pista sabotada, diminui a velocidade, consegue fazer as 40 curvas,
orientando os demais pilotos e chega em 1° lugar. Todos comemoram.
CÁSSIO — É
campeão! É campeão! É Guto! O campeão! Ele já está classificado. Classificado
para a Fórmula 1!
Cortes
descontínuos para Os pilotos 2, 3 com os olhares de ódio na arquibancada.
Jarwis comemora. Os pilotos 2 e 3 tentam escapar da pista, mas são impedidos
por Menezes.
MENEZES —
Vocês nunca vão escapar daqui! Eu vi o que vocês fizeram! Vão receber uma
punição. Policial, pode prendê-los.
Os pilotos
2 e 3 são presos.
A corrida
dá por terminada. Passa-se alguns minutos. Não há mais ninguém. Olímpia invade
o Autódromo e grita por Guto:
OLÍMPIA —
Guto, Guto! Meu filho! Guto!
Guto vê
Olímpia de longe e grita:
GUTO — Mãe?
Foco. Os
dois correm em câmera lenta. Felizes. E se abraçam. Jarwis vai atrás dos dois.
Por fim, os dois se encontram e se abraçam por vários minutos. E sorriem um
para o outro.
OLÍMPIA — Eu
te amo! Eu te amo! Desculpa por não ter investido em você, não ter acreditado
no que você disse! Parabéns meu vencedor!
GUTO — Não
se preocupe com isso, agora eu quero te apresentar uma pessoa.
Guto
apresenta Jarwis a Olímpia.
GUTO — Mãe,
esse é Jarwis, meu futuro namorado.
Olímpia
encara Jarwis, mas aceita o momento. Os três dão um abraço coletivo! Um dos
jornalistas tiram foto.
GUTO — Cadê
o Eusébio? A polícia prendeu ele? Eu vou atrás dele!
OLÍMPIA —
Não, não! Volta aqui, Guto. Pode ser perigoso.
Guto corre
para o autódromo. Olímpia e Jarwis vão atrás dele.
CORTA PARA:
CENA 14.AUTÓDROMO.CORREDOR-VESTIÁRIO-ALÇAPÃO.INT.NOITE
Sequência
de Guto correndo feito um louco pelo Autódromo encara o corredor, os
obstáculos. Jarwis e Olímpia também. Jarwis grita por Guto. Guto chega até o
vestiário. A porta está trancada, os policiais arrombam. Guto os segue. A porta
do alçapão está aberta. Os policiais, Guto, Jarwis e Olímpia entram no alçapão.
CORTA PARA:
CENA 15.
PRÉDIO DO AUTÓDROMO. COBERTURA. INT. NOITE
Eusébio na
cobertura do prédio encara o trânsito londrino, olhando para baixo, prestes a
cair. Guto, Jarwis e a polícia chegam.
GUTO —
(grita) Eusébio!
EUSÉBIO —
Quê que você tá fazendo aqui?
GUTO —
Calma, calma! Não ouse fazer isso!
EUSÉBIO —
Eu tô cansado cara, cansado! Tudo acabou para mim, não vê! Essa é a melhor
opção que eu posso escolher.
GUTO — Você
precisa se tratar Eusébio, se tratar.
Olímpia
encara Eusébio e dá uns tapas na cara dele.
OLÍMPIA —
Seu maldito! Maldito! Como pode fazer isso com uma mãe desesperada. Agora você
vai para a cadeia.
GUTO —
Calma mãe, calma! Pode ser perigoso.
OLÍMPIA —
Eu não tenho medo dele! Eu quero mais que você morra mesmo!
GUTO —
Eusébio me escuta, nós vamos te encaminhar para uma clínica especializada.
EUSÉBIO —
(agressivo) Eu não quero clínica nenhuma não! Olha Guto, só fique sabendo, que
eu vou voltar. Eu vou voltar para infernizar a sua vida! Você não será feliz
aqui e nenhum lugar.
Eusébio
encara Guto, os policiais e Jarwis e se suicida, caindo do prédio de grande quantidade
de altura. Os presentes observam a caída.
CORTA PARA:
CENA 16.
CASA DE ARTES GIGI. INTERIOR. DIA
Na casa de
Artes Gigi, todos aplaudem o espetáculo. Gigi sobe ao palco.
GIGI — E
agora a atração mais esperada do dia! O pequeno conto de Bartolomeu e seus
amigos!
A plateia
aplaude. O palco está enfeitado. As luzes se apagam. Todos sussurrando,
comentam. Horácio e Diva sorriem. As cortinas se abrem. Bartolomeu com os
fantoches na mão, interpreta o texto:
— Olá,
porque você está triste?
— Não vê?
Não há ninguém ao meu redor. Todo mundo me abandonou. Eu estou sozinha aqui.
Mal fiz amigos. Ninguém gosta de mim, acham que eu sou contagioso. Tudo por
causa da minha síndrome de down! Porque eu tive que nascer assim? Porque? Se eu
fosse comum como todas as outras garotas, eu seria completa!
— Ô
Julieta, não fique assim minha amiga, venha cá... deixa eu te fazer um carinho.
— Eu adoro
abraços quentinhos. Obrigado Ptolomeu. Você é o único, sublime!
— Agora eu
quero que você limpe essas lágrimas, é dia de brincar. Não fique triste. A sua
síndrome não é um problema.
— Como é
que eu faço para curar isso? Eu quero ser diferente?
— Eu posso
ser seu amigo! Que tal? E o melhor remédio para isso é a alegria...
O
espetáculo acaba... Todos batem palmas para Bartolomeu, emocionados. As
cortinas se fecham.
CORTA PARA:
CENA 17.
PASSAGEM DE TEMPO
Passam-se 5
anos.
CORTA PARA:
CENA 18.
PRAIA. INTERIOR. DIA
Na praia,
Tia Ná e Élida curtindo o verão que acabara de chegar na capital.
TIA NÁ —
Ah, como é lindo o barulho das ondas! Essas águas! Dá até inspiração na gente,
levanta o astral, muita animação. Você não acha Élida? Élida? Élida.
Élida está
roncando e dormindo. Tia Ná a acorda.
TIA NÁ — Ô
Élida, acorda minha filha.
Élida
acorda descontrolada.
ÉLIDA —
Quê? Quê que é ? Quê que foi?
TIA NÁ — Ô
querida! Você tava dormindo e eu falando aqui sozinha, feito louca?
ÉLIDA — Ah,
é que me bateu um sono.
TIA NÁ — É
isso que costumam chamar de inspiração. A maioria das pessoas que eu conheço
que vem para cá ficam dormindo em vez de aproveitar.
ÉLIDA —
Então entra você no mar. Já que fala tanto em aproveitar assim. Aqui é o melhor
lugar para dormir.
TIA NÁ — Tá
doida? Eu não! Nem sei nadar direito!
ÉLIDA — Mas
aprende uai!
Em seguida,
um paulistano passa e pisca para Tia Ná, todo sarado, musculoso, e de sunga,
acabara de sair do mar.
ÉLIDA — Ih,
eu acho que tem alguém interessado em você.
TIA NÁ —
Será? E não é que é mesmo? Ele, ele tá me chamando!
ÉLIDA — Vai
lá atrás do seu homem!
Tia Ná vai
atrás do homem que a está chamando. Um homem também chama Élida e os dois
entram no mar. Ao final, descobrimos que tudo não passara de um sonho. A cena
escurece e clareia ao mesmo tempo.
Élida e Tia
Ná dormindo, no mesmo sonho, imaginando beijando os rapazes, mas se beijam, dão
um grito e se assustam.
CORTA PARA:
CENA 19.
RUAS DE SÃO PAULO. INTERIOR. DIA
Um homem de
aparência muito velha carregando um saco de lixo nas mãos. Louco. Cara suja e
roupas também. Uma touca na cabeça. Careca. E com o rosto com hematomas e
deformado. Ele pede dinheiro a algumas pessoas e conversa sozinho, repetindo o
nome de Lígia. Nada mais, nada menos que Téo Dellacourt. Ele se aproxima de um
homem e diz:
TÉO — Ô me
ajuda, a Lígia, a minha mulher! Lembra, lembra, lembra! Ah, ela tá falando para
você, para você...
Téo
desmaia. O homem o socorre, chamando a ambulância ou corpo de bombeiros (se
estiver disponível, DIREÇÃO).
CORTA PARA:
CENA 20.
HOSPITAL. RECEPÇÃO. INTERIOR. DIA
Os paramédicos
socorrem Téo e o levam até para o hospital. Uma mulher negra conversa com um
dos médicos.
? — Então vai
ser encarregado a mim? Pode deixar, eu já sei como cuidar! É ataque cardíaco.
Pode confiar.
CORTA PARA:
CENA 21.
HOSPITAL. QUARTO 15. INTERIOR. DIA
Uma mulher
negra entra no quarto de Téo que abre os olhos e se surpreende.
TÉO — Você?
Não morreu ainda? Quê que você tá fazendo aqui nesse hospital? Esse lugar não é
para você.
Nada mais,
nada menos que Pérola.
PÉROLA — Olha
senhor, não vamos discutir os nossos antepassados, passei aqui para informa-lo
que o rapaz que o socorreu está te esperando lá fora... Ele logo subirá ao
quarto. A cirurgia foi um sucesso! Suas válvulas estavam entupidas. Está
prescrito. As enfermeiras vão passar os alimentos necessários para a sua
recuperação.
TÉO — Porque
você isso por mim?
Pérola
pensa por um minuto, reflete e responde:
PÉROLA — Porque
agora mesmo eu aprendi que a lei do retorno existe e não é surreal. Eu não
guardo rancor. Com licença!
PÉROLA VAI
EMBORA. TÉO SE IRRITA.
CORTA PARA:
CENA 22.
MANSÃO DELLACOURT. INTERIOR. DIA
Luigi,
Marilda e Isabela chegam a Mansão Dellacourt após se recuperarem! E já estão
com bebês. Todos choram ao mesmo tempo. Trigêmeos.
ISABELA —
Ai meu Deus do céu, Luigi! Me ajuda! Tá vazando, tá vazando o leite!
LUIGI —
Como assim Isa? Olha vamos distribuir um para cada um para não ter problema? A
Gertrudes vai ficar com a Marilda, a Cacilda vai ficar com você e Berenice
comigo!
ISABELA — Como
sempre você dando um jeito meu amor. Eu te amo!
LUIGI — Eu
também te amo!
Os dois se
beijam.
MARILDA — Gente,
gente! A Gertrudes, ela, ela fez xixi!
Todos se
desesperam.
ISABELA —
Ah meu Deus do céu, Luigi pega a toalha que eu deixei na bolsa amor, nós temos
que educar ela o mais rápido possível, ou senão pega o sabonete no banheiro,
anda, rápido!
Todos
estressados.
CORTA PARA:
CENA 23.
FAZENDA. INTERIOR. DIA
Guto e
Jarwis se casam na fazenda.
PADRE — Guto,
aceita Jarwis como seu legítimo esposo?
GUTO — Aceito.
Os dois
sorriem um para o outro.
PADRE —
Jarwis, aceita Guto como seu legítimo esposo?
JARWIS —
Aceito.
CORTA PARA:
CENA 24.
FAZENDA. RIO. INTERIOR. DIA
Closes de
Guto e Jarwis nadando de sunga nas águas profundas dos rios, explorando o que
há naquele local. Olímpia estoura uma champanhe com Gigi. Guto e Jarwis dão as
mãos, e vão para o fundo do rio. Enquanto isso, Felipe Rocha narra a história,
conversando com o Diretor (áudio).
FELIPE
ROCHA — E essa foi à história de Guto! Uma história que se vê em qualquer outro
lugar movida por um sonho, um desejo de correr na Fórmula 1. E se Guto está
feliz? Está demais! Eu posso dizer que todos nessa novela estão felizes! Guto e
Jarwis, depois de muita luta, conseguiram superar o preconceito contra o casal
gay, e vivem felizes até hoje. Olímpia foi compreensiva em aceitar tudo com extrema
tranquilidade e paciência. E deixa eu ver se eu tenho mais alguma coisa a dizer...
não, não! É só isso mesmo!
O diretor
comunica com Felipe.
DIRETOR — Felipe,
já tá na hora de encerrar!
FELIPE
ROCHA — Ah, é, é mesmo... então tá bom gente. E por aqui termina a nossa
história.
Guto e
Jarwis se unem no fundo das águas, sorrindo um para o outro, se aproximam e se
beijam. E assim com muitos amores, perseguição, e uma batalha invencível que
acabara de começar, a nossa história chega ao
FIM
OBRIGADO A TODOS QUE LERAM ESSA HISTÓRIA!
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