Tesouros Perdidos - Capítulo 01
segunda-feira, janeiro 15, 2018
novela de
Felipe Rocha
agradecimentos
WEB NOVELAS CHANNEL
PRIMEIRO EPISÓDIO - 15 DE JANEIRO DE 2018
CENA 01 / PALÁCIO REAL / INT / DIA
O duque de Nassau chega no Palácio Real e desce
da carruagem.. As portas dos castelos se abrem e os soldados fazem a reverência
ao mesmo... Ele não morava naquelas terras, tinha uma boa aparência, roupas
vermelhas com símbolos da Coroa Real... Um dos soldados, com suas armaduras, o
conduzia até o Rei Ivan.
Em sua sala, o Rei Ivan cuida dos negócios do
Brasil. O soldado bate na porta.
Rei Ivan - Pode
entrar!
O soldado abre a porta e o Duque de Nassau
entra...
Funcionário da Coroa Real – Vossa Majestade!
(faz a reverência) O Duque de Nassau veio da Espanha para certificá-lo de um
determinado assunto.
Rei Ivan – Perfeitamente, agora pode sair!
Ele sai da sala do rei. O duque faz reverência
a Majestade.
DUQUE DE NASSAU – Vossa Majestade, venho mais
rápido possível da Espanha para comunicar uma notícia.
Rei Ivan – Sente-se por favor... Mas algo de
sério? H
DUQUE DE NASSAU – Sim, uma lástima! Vim
comunicar que a produção açucareira não anda bem, senhor... Hoje piorou...
Rei Ivan – Como assim, Nassau? Desde que você
criou a política de conciliação com os senhores de engenho para reerguer a
produção colonial, a atividade açucareira voltou ao auge... Lembro-me que havia
promovido o registro da fauna e das floras brasileiras, por Frans Port e Albert
Echkout. E até chegou a estender seus domínios até o litoral de Sergipe, Rio
Grande do Norte e parte do Ceará...
DUQUE DE NASSAU – Sim, vossa Majestade! Mas
agora há um grande problema... Houve um desentendimento entre eu e os
investidores holandeses. Eles passaram a impor uma política mais rigorosa. Mas,
eu não continuo mais no governo! Hoje recebi essa notícia...
Rei Ivan – Mas como assim Nassau? É
impossível...
DUQUE DE NASSAU – Sim, os holandeses acabaram
de avisar que o conselho agora está no governo. E ainda por cima, desde a União
Ibérica, a atividade açucareira têm passado por uma crise... Os holandeses
estão querendo levar o cultivo de açúcar para as Antilhas...
Rei Ivan – Mas é uma lástima. O que seria do
país, do nosso povo? A atividade açucareira é extremamente lucrativa, sem falar
que, o único produto que deu certo até agora!
DUQUE DE NASSAU – Precisamos agir, Vossa
Majestade! Ou o país irá passar por uma crise. E das grandes!
Rei Ivan – Vou mandar meus soldados
certificarem desse negócio...
CORTA PARA:
CENA 02 / NARRAÇÃO DA HISTÓRIA
NARRAÇÃO – E então, foi cravada uma batalha
sangrenta contra os holandeses. O rei Ivan e a Rainha Eliza foram mortos na
batalha. Os holandeses certificaram que, acabaram de romper as alianças com
Portugal e levaram a experiência do cultivo do açúcar para as Antilhas. Porém,
com a falta de investimentos e a concorrência, o produto entrou em declínio...
E em pouco tempo, foi descoberto outro produto: o ouro. E o rei Bernardo, filho
do rei Ivan e a Rainha Eliza, se casou com a rainha de outro reino, Iracema e
passaram a governar o Brasil.
CORTA PARA:
CENA 03 / CASA DE GEREMIAS / QUARTO
DE MINERVA / INT / DIA
Geremias desesperado. Minerva grita, faz força,
enquanto espera o neném nascer. A parteira ajuda.
Geremias – Ah, meu deus! Essa criança não nasce
nunca!
Parteira – O bebê tá intaladu seu Geremias, vai ter jeito não! Faz mais um pouquinho de força, senhora Minerva. Desse jeito, nu
consigu não!
Minerva grita, faz força.
O bebê nasce... Em seguida, a parteira dá um
banho no bebê e entrega para Minerva segurar.
Minerva – Olhe, Geremias. Como nossa filha é
linda. Nossa, esquecemos de colocar um nome!
Geremias – (pensa) Pode deixar comigo! Já sei,
ela vai chamar Luana! Deixa eu segurar ela um pouquinho...
CORTA
PARA:
CENA
04 / PASSAGEM DE TEMPO
Há uma passagem de tempo...
Narradora
– Desde o nascimento da filha de Geremias, passou-se algum tempo... Com a
extinção da atividade açucareira, Portugal passou a se dedicar outro produto: o
ouro. O rei Bernardo teve três filhos com a Rainha Iracema e reuniu vários nobres
na Coroa Real para discutir sobre a atividade aurífera... Até então, o ouro foi
descoberto no final do século XVII, perto da cidade atual de Sabará... Então,
novas minas de ouro foram achadas em Vila Rica. Não se falava em outra coisa
mais... E até hoje, a atividade trouxe muitos benefícios para a Coroa.
CORTA
PARA:
CENA
05 / PALÁCIO DA COROA REAL / SALA / INT / DIA
O
funcionário da Coroa Real faz reverência ao rei, que lê uma carta:
FUNCIONÁRIO
– Vossa Majestade, o príncipe deseja falar com o senhor!
Rei
Bernardo – Perfeitamente,
mande entrar!
Em
seguida, Fábio entra na sala e faz reverência ao rei.
Príncipe
Fábio – Meu pai!
Rei
Bernardo – Meu filho há alguma coisa que possa ajudar? Imagino que vossa pessoa
veio até mim para falar sobre a lucrativa atividade aurífera... Não se fala em
mais outra coisa.
Príncipe
Fábio – Sim, meu pai. O ouro foi uma grande contribuição após o fim da
atividade açucareira. Esses dias visitei as minas de ouro, percebi um grande
auge na produtividade... Mas só há um problema que deve ser corrigido.
Rei
Bernardo – Diga meu filho, estou a todo ouvidos.
Príncipe
Fábio – O senhor não acha que os trabalhadores estão submetidos a péssimas condições
de vida? Em algum momento da ação, eles podem até se rebelar... E além do mais,
os impostos sobre os produtos gerados estão tão rigorosos! Muitas pessoas não
conseguem pagar, estão despejadas de casa...
Rei
Bernardo – Meu filho, quero garantir somente o valor da atividade! A Coroa
precisa lucrar!
Príncipe
Fábio - Meu pai, eu já cansei de
insistir nessa conversa, mas não... Para mim, já deu... O senhor irá fazer um
estrago, levará todos na rua da amargura... E vou sair, quero esfriar a cabeça!
Passar bem, meu pai. (faz a reverência ao Rei)
O
príncipe Fábio sai da sala.
Rei
Bernardo – Que menino mais atrevido! Ele não tem nenhuma vocação para ser
príncipe. Tive um homem e duas mulheres... Que herdeiro que vai assumir meu
trono quando eu morrer?
Corta
para:
CENA
06 / CASA REFORMARDORA GEREMIAS / INT / DIA
Luana
trabalha na casa reformadora do seu pai, Geremias. Ela passa um pano nos móveis
para tirar a poeira. Um cliente chega na loja.
Luana
– Neno, você aqui? Não devia estar trabalhando nas minas de ouro? Se o rei
souber...
Neno
– Eu não aguento ficar trabalhando mais tanto tempo lá... Vim aqui para você
dar uma olhada nos meus sapatos.
Luana
– Claro.
Neno
entrega os sapatos para Luana.
Neno
– Eles estão bem velhos. A sola está até descolando... dá para reformar? Eu não
tenho dinheiro nenhum para pagar outros, com o pouco salário que ganho e com
várias horas de trabalho...
Luana
– Acho que já está na hora de trocar esses sapatos... Hum, teve um cliente, que
deixou de buscá-los, ele disse que não queria mais. Estava esperando alguém
aparecer até que... Vou procurar na prateleira aqui.
Luana
procura na prateleira um sapato novo.
Neno
– Mas eu disse que não tenho dinheiro.
Luana
– Neno, faço questão de pagar...
Neno
– E seu pai? Sabe que ele é unha de fome, não gosta de que ninguém fique
devendo! Se ele saber?
Nesse
momento, Geremias chega na loja.
Geremias
– Eu sou o quê, Neno?
Neno,
com medo.
Neno
– Não é nada não senhor Geremias... Aliás, eu estava falando de outro Geremias
e...
Geremias
– (corta) Olha aqui, não precisa disfarçar não! Eu sei muito bem que estava
falando de mim com a Luana. Sou pão duro, mas sou bom! Gosto de ajudar as
pessoas. Imagine se eu fizesse os sapatos de graça para todos os clientes? Eu
vivo com o fruto do meu trabalho.
Neno
– Sim, senhor Geremias... então, eu fico com os sapatos furados mesmo. O senhor
está mais que certo.
Geremias
– Espera que não terminei rapaz.
Neno
– Tem mais senhor Geremias? Eu juro que não vou mais incomodar vossa pessoa
não.
Geremias
– Percebo que tu é grande amigo e confidente de minha filha. Um homem honesto,
de bom caráter. Não me recusaria a ajudar você, precisa trocar os sapatos
mesmo. Então, pode ficar com os sapatos que a Luana está na mão, já que o
cliente não quis buscar mesmo.
Luana
entrega os sapatos a Neno.
Neno
– Eu agradeço muito senhor Geremias!
Geremias
– Tenha um bom dia rapaz.
Neno
despede-se de Luana e Geremias.
Em
seguida, os dois riem dele e Geremias diz:
Geremias
– Minha filha, já foi colher frutos na mata? Preciso para o almoço.
Luana
– Perfeitamente, vou lá papai.
Geremias
– Vou fechar a loja, cuidar da tua mãe.
Luana
– Verdade papai, mamãe está muito mal esses dias...
Geremias
– Eu não sei o que faço mais.
Corta
para:
CENA 07 / FEIRA MEDIEVAL / INTERIOR / DIA
Luana sai de casa com uma cesta na mão. Sua amiga, Iara, a encontra.
IARA - Luana! Imagino que vá colher frutos na mata.
Luana - Sim, preciso colher para o almoço. Estou curiosa com uma coisa, Iara. Aqueles dois meninos são novos no reino?
Luana aponta para os dois meninos.
Iara - Ouvi falar que estão trabalhando nas minas de ouro. São gêmeos, idênticos, chamam-se Arthur e Jorge.
Luana - Mas quem é o Arthur e quem é o Jorge? Quem é Quem?
Iara - Isso eu não sei, eles são bonitões! Em breve vamos descobrir. O Jorge tem cara de que vai aprontar.
Luana - Depois a gente conversa Iara, deixe me colher os frutos. A última coisa que eu quero agora é um homem para minha vida.
CORTA PARA:
CENA 07 / FEIRA MEDIEVAL / INTERIOR / DIA
Luana sai de casa com uma cesta na mão. Sua amiga, Iara, a encontra.
IARA - Luana! Imagino que vá colher frutos na mata.
Luana - Sim, preciso colher para o almoço. Estou curiosa com uma coisa, Iara. Aqueles dois meninos são novos no reino?
Luana aponta para os dois meninos.
Iara - Ouvi falar que estão trabalhando nas minas de ouro. São gêmeos, idênticos, chamam-se Arthur e Jorge.
Luana - Mas quem é o Arthur e quem é o Jorge? Quem é Quem?
Iara - Isso eu não sei, eles são bonitões! Em breve vamos descobrir. O Jorge tem cara de que vai aprontar.
Luana - Depois a gente conversa Iara, deixe me colher os frutos. A última coisa que eu quero agora é um homem para minha vida.
CORTA PARA:
CENA 08 / FRENTE DO PALÁCIO DA COROA REAL / INT / DIA
Em
frente ao palácio, Rafael questiona ao príncipe:
Rafael
– Príncipe Fábio, onde vai?
Príncipe
Fábio – Preciso que me leve até a mata, Rafael. Quero arejar a cabeça... talvez
até caçar algum bicho.
Rafael
– Perfeitamente.
O
Príncipe Fábio entra na carruagem, que parte.
CORTA
PARA:
CENA
09/ MATA – FLORESTA / BRASIL / INT / DIA
Luana,
com uma cesta na mão, colhe frutos das árvores... Ela pega uma flor, cheira...
Dança, animada. Por enquanto, não vê ninguém em sua direção. Luana caminha à
frente, colhe uma amora. Ouve-se o barulho da carruagem do príncipe que entra
no matagal.
Em
seguida, um homem observa Luana, tira a espada, e se aproxima dela. Ele coloca
a segura e a ameaça com a espada:
Guerreiro
– O que está fazendo na floresta, hein? Colhendo frutos das árvores, sem pedir
permissão a mim? Quer morrer?
O
príncipe anda a frente, se aproxima, até que vê a jovem sendo ameaçada e diz:
Príncipe
Fábio – Parado aí. Defenda se cavalheiro! Solte à donzela!
Corta
para:
FIM DO CAPÍTULO
NOTAS
Nota 1 : Os reis dessa história são fictícios;
Nota 2: Vila Rica é a atual Ouro Preto, onde foram encontradas novas minas;
Nota 3: Inicialmente, a atividade aurífera foi encontrada no leito dos rios, conhecida como ouro de aluvial;
Nota 4: Os trabalhadores estavam submetidos a péssimas condições no início da exploração aurífera, não havia onde comer e morar.
Nota 5: A cena 7 é um cross de Quem é Quem, webnovela das 18h que estreia hoje!
Nota 4: Os trabalhadores estavam submetidos a péssimas condições no início da exploração aurífera, não havia onde comer e morar.
Nota 5: A cena 7 é um cross de Quem é Quem, webnovela das 18h que estreia hoje!
"Esta é uma obra coletiva de ficção baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade".
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